Aquelas pessoas de mente formada nos escaninhos das idéias conservadoras e egoístas, que não acolhem qualquer pensamento que leve a uma sociedade solidária, emancipada. Isto porque são seres reificados de mentes obtusas, de almas decadentes que não vão além dos objetos, da força, da ira e da conta bancária. 
Não admitem a diversidade de pensamento, os princípios e as regras da democracia e da igualdade, entre sujeitos e sociedades. Ficam restritos aos terreiros e currais desertos das suas angústias e tormentos, adeptos das oligarquias empedernidas, das ideias que discriminam, que detratam e que negam sentido de vida e de pensamento aos outros. Não alcançam sequer a lógica dos departamentos comerciais das empresas, ou não conseguem sair deles. Não acalentam a esperança regada pelas liberdades humanas, nem agasalham os desejos de uma vida decente para os outros. São aqueles incomodados com os 50 milhões de brasileiros que saíram da linha de pobreza absoluta; com uma sociedade de baixo nível de desemprego; com a existência do Programa Mais Médico, que dá assistência a outros milhões de brasileiros que sempre tiveram precário apoio nessa área; que criticam programas como o Ciências Sem Fronteiras, para a juventude aprofundar seus estudos e diversificar sua cultura, pelo mundo; a expansão das universidades, abrindo mais as portas para os jovens; as políticas de cotas para negros, ampliando os espaços da ascensão social destes; o Programa Minha Casa Minha Vida e Luz para todos, entre outros, que não agradam a uma certa elite raivosa. Elite esta que se fecha na visão de um mundo submetido a uma razão instrumental, estreita, mesquinha. A utopia não diz respeito a essa gente. Ora, se a utopia é uma dimensão humana, de grandeza inalcançável para os que se trancam em seus mundos de desesperança e ódio. Esse tipo de personagem termina, angustiado, querendo comer a próprio cabeça.

Geraldo De Margela é professor na UFRN