O panelaço seletivo das elites. Não vi essa gente ir às ruas quando FHC torrou o patrimônio público e entregou o apurado para a dívida pública. Não vi essa gente nas ruas quando a máfia do Banestado, no Paraná, mandou US$ 50 bilhões para o exterior de forma ilícita. Não vi essa gente nas ruas quando lutei com vários parlamentares pelo fim do financiamento privado de campanha e por uma reforma política desde 2003. Não vejo essa gente nas ruas quando o governo federal repete, a cada ano, o REFIS, para que gordos sonegadores parcelem os débitos fiscais e depois deixem de pagar as parcelas. Nos EUA estariam na cadeia faz tempo.Não vi essa gente nas ruas, desde 1994, quando FHC e outros governos mantiveram o corte de 20% do orçamento federal, inclusive na saúde, para engordar a conta do superávit primário, através da DRU-desvinculação das receitas da união, que tentei barrar em 2011 e não consegui. Temos que lutar, sim, contra a corrupção. Temos, também, que defender as políticas de valorização do salário mínimo ( que eles odeiam ) e seu vínculo com a previdência, o que as elites queriam cortar. Temos que defender o pré-sal, que as elites engoliram à pulso. Temos que defender verba pública para educação pública, que as elites atropelaram na destinação dos 10% do PIB para a educação. Essa elite seletiva adora protestar. Protestar faz parte da democracia, mas adora também mamar em dinheiro subsidiado do BNDES, adora título público que paga juros altos, desviando dinheiro da produção, adora o REFIS, adora dar dinheiro para eleger cada vez mais gente no Congresso. Afinal, quem deu dinheiro para essas campanhas milionárias? Foi seu Zezim do Côco, barraqueiro da praia de Boa Viagem? Essa gente é seletiva, cínica, reacionária. Ir às ruas é dizer não à corrupção, é dizer sim aos avanços sociais, é dizer não à macroeconomia do arrocho e da dívida pública, é empurrar o governo para a esquerda, mantendo avanços e , sim, corrigindo erros. Dia 13 será um dia para isso, como deveriam ter sido os 4380 dias desde a posse de Lula até o fim do primeiro mandato de Dilma. A ausência do povo nas ruas deixou aberto o terreno para os mandarins do capital e da corrupção histórica, para os barões da mídia que exploram concessões públicas no rádio e na tv, mas que não permitem espaço para o contraditório nas notícias, nem revelam os interesses das eternas fontes que ouvem, às quais dão voz e vez repetidas vezes.
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