No apagar das luzes do ano de 2016 , é hora de reconhecer a personagem do ano: Dilma!
Ninguém , paradoxalmente , brilhou tanto quanto Dilma em 2016.
Ganhou na derrota. Triunfou sobre os que , teoricamente , a venceram.
Dilma saiu do impeachment maior do que entrou , ao contrário de seus oponentes.
Comportou-se durante o processo como uma estoica. Suportou , altiva , todos os golpes , como recomendavam (e praticavam) os mestres do estoicismo. Foi e é um exemplo de força na adversidade.
Consumado o golpe , manteve a mesma atitude serena , equilibrada e firme.
Soube evitar o risco pessoal maior: se deixar tomar pela amargura e pelo ódio.
Recolheu-se , mais uma vez de forma filosófica , à vida simples.
Mora numa casa despojada , em Porto Alegre , onde está perto da filha e dos dois netos pequenos. Dedica-se , ali , ao que diz ser hoje a melhor coisa do mundo: pedalar.
Nas entrevistas que concede , Dilma mostra que soube entender que não havia como evitar a queda diante da trama montada contra ela.
Era coisa demais empurrando-a para fora. Era a mídia , eram os derrotados das urnas , eram Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. Era , enfim , a plutocracia brasileira no que tem de pior: sua ganância desumana que faz sempre do Brasil um campeão da desigualdade social.
Dilma resistiu quanto pôde , mas , sabiamente , aceitou as coisas como elas são.
Passados meses do golpe , muita gente vai-se dando conta de que os brasileiros devem um monumental pedido de desculpas a ela.
Sob muitos aspectos , considerando a camarilha que tomou o poder , Dilma é o oposto: maior que este Brasil que temos aí , mais honesta , mais generosa , mais compassiva , mais sincera e mais igualitária.
Por Leandro Scala
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sábado, 31 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
CUBA : DE CASSINO A PAÍS.
BRASIL : DE PAÍS A CASSINO
...
por Marcelo Zero, em 27/11/2016
...
"Pouco antes da revolução cubana, Arthur M. Schlesinger, Jr., historiador, ganhador do Prêmio Pulitzer, foi encarregado pelo presidente Kennedy de fazer uma análise da situação na ilha.
...
Disse ele sobre Havana: “Me horrorizou a maneira como esta adorável cidade tinha se transformado desgraçadamente em um grande cassino e prostíbulo para os homens de negócios norte-americanos. Meus compatriotas caminhavam pelas ruas, se deitavam com garotas cubanas de 14 anos e jogavam fora moedas só pelo prazer de ver os homens chafurdando na sarjeta para recolhê-las”.
...
A conclusão da análise dizia simplesmente o seguinte: “A corrupção do governo, a brutalidade da polícia, a indiferença em relação às demandas da população por educação, saúde, habitação e por justiça social e econômica constituem-se num convite aberto à revolução.”
...
Obviamente, Schlesinger estava corretíssimo. Totalmente equivocados estavam os que descreviam a Cuba de Batista como um paraíso na Terra, como faz até hoje a propaganda anticastrista.
...
Schlesinger não estava só. O próprio presidente John F. Kennedy, que foi crítico a Batista em seu final, declarou, em tom de autocrítica, que: “Penso que não existe um país no mundo, incluindo os países sob domínio colonial, onde a colonização econômica, a humilhação e a exploração foram piores que as que aconteceram em Cuba, devido à política do meu país, durante o regime de Batista.”
...
No campo político, Fulgencio foi um ditador sanguinário. Quem diz isso não são os comunistas ou os “bolivarianos”. Foi John Kennedy que afirmou que: “Nosso fracasso mais desastroso foi a decisão de dar status e apoio a uma das mais sangrentas e repressivas ditaduras na longa história da repressão latino-americana. Fulgencio Batista assassinou 20 mil cubanos em 7 anos – uma proporção maior da população cubana que a proporção de norte-americanos que morreram nas duas guerras mundiais – e transformou Cuba em um Estado policial total.”
...
Na época, Cuba tinha apenas cerca de 6 milhões de habitantes. Esse número de mortos equivaleria, no Brasil de hoje, a 700 mil pessoas. Ou seja, se fosse no Brasil atual, Batista teria assassinado 100 mil pessoas por ano.
...
A tortura era generalizada e a repressão era brutal. Os opositores ao regime eram sistematicamente assassinados e a imprensa estava totalmente censurada. Juízes eram intimidados e até mesmo médicos cubanos foram assassinados pelo regime simplesmente porque trataram de rebeldes feridos.
...
No campo econômico, Batista transformou um país relativamente próspero para os padrões latino-americanos da época numa economia dependente e em ruínas.
...
Segundo Salim Lamrani, Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris, durante dois terços do reinado de Batista não houve crescimento. A dívida da nação passou de 300 milhões de dólares, em março de 1952, para 1,3 bilhão, em janeiro de 1959. O déficit orçamentário alcançou os 800 milhões de dólares. Além disso, as reservas monetárias caíram de 448 milhões de pesos, em 1952, para 373 milhões, em 1958. Essas reservas, frise-se, foram roubadas por Batista e seus comparsas na fuga para Miami.
...
A renda açucareira, base da economia de Cuba, passou de 623 milhões de pesos em 1952, para 426,1 milhões em 1956 e 520,7 milhões em 1958. Assim, a renda per capita em Cuba, em 1958, vésperas da revolução, era mais ou menos semelhante à de 1947. Foi como se uma PEC 241/55 tivesse passado por lá.
...
O desemprego atingia 35% da população ativa e cerca de 62% dos trabalhadores recebiam um salário inferior às suas necessidades mínimas de subsistência. Somente 4% dos camponeses comiam carne e cerca da metade nunca tinha frequentado uma escola.
...
Dessa forma, o regime Batista transformou um país modesto, mas em construção, num cassino dependente de “investimentos” da Máfia americana.
...
Fidel fez o contrário: transformou um cassino da máfia de Miami num país. Pequeno, mas soberano. Pobre, mas justo. Um país digno. O país com os melhores indicadores sociais da América Latina. Mesmo com os grandes erros e as enormes dificuldades, em Cuba não há criança sem escola ou que durma nas ruas. Gostem ou não, é uma façanha política.
...
Com efeito, após mais de meio século de tentativa de invasões, de um bloqueio comercial cruel e ilegal, de uma campanha sistemática de mentiras, Cuba tem indicadores sociais extraordinários, para seu nível de desenvolvimento econômico.
...
Conforme a UNESCO, Cuba tem a mais baixa taxa de analfabetismo e a mais alta taxa de escolarização da América Latina. Além disso, Cuba é a nação do mundo que usa a maior parte de seu orçamento em educação, cerca de 13% do PIB. De acordo com a OMS, Cuba tem uma taxa de mortalidade infantil de 4,6 nascidos por mil, a mais baixa do continente americano. Mais baixa que o do Canadá e que a dos EUA. E, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Cuba é o único país da América Latina e do “Terceiro Mundo” que se está entre as dez nações do mundo com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano, levando em conta somente os indicadores sociais.
...
Dirão, é claro, que Cuba ainda é um país pobre, que enfrenta grandes dificuldades econômicas. É verdade. Mas isso só aumenta seu mérito. Lá, tomou-se a decisão de se construir um país soberano e para todos. Um país que vai gastar o pouco que tiver no bem-estar de sua população. Um país que não se verga e não se vende.
...
Pois bem, o Brasil do governo ilegítimo de Temer está seguindo o rumo oposto ao de Fidel e mesmo de países socialdemocratas que investiram no bem-estar de seus povos, e trilhando o caminho desastroso dos “batistas”, que investem na desigualdade e na alienação de seus países.
...
O Brasil passou, nos últimos 13 anos, por um processo bem-sucedido de combate à pobreza e de distribuição de renda e de oportunidades. Retiramos cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza extrema e colocamos 42 milhões de brasileiras e brasileiros na classe média. Tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Aumentamos muito o acesso à educação técnica e superior e aos serviços de saúde. Pela primeira vez, os pobres entraram realmente no orçamento.
...
Agora, o governo golpista quer percorrer o caminho inverso. Com a PEC 241/55, a reforma da previdência, a reforma trabalhista, a extinção da política de aumento do salário mínimo e outras medidas, o governo ilegítimo pretende acabar com todo o legado social da CLT, da Constituição Cidadã e das políticas dos governos progressistas recentes, com o intuito de reduzir os custos trabalhistas, previdenciários e sociais do Brasil.
...
Querem um Brasil bem baratinho para “atrair investimentos estrangeiros”. Um Brasil à venda por preços de liquidação. Querem tirar os pobres do orçamento, de modo a que sobre dinheiro para o pagamento das maiores taxas de juros do mundo. Querem que eles voltem à Senzala. Querem vender tudo o que for possível, inclusive o pré-sal, nosso passaporte para o futuro. Querem privatizar serviços públicos essenciais, até mesmo saúde e educação. Querem transformar o Brasil num grande balcão de negócios. Querem um país pequeno, periférico, injusto e indigno.
...
Mas Temer, um títere irrelevante, só está renovando uma tradição histórica brasileira.
...
“Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro". Era o que cantava o poeta Cazuza, em “O Tempo Não Pára”. Claro está que não se tratava de uma crítica pejorativa e machista à prostituição. A expressão é metafórica, uma referência clara a como as elites econômicas e políticas do Brasil tradicionalmente corrompem e alienam o país em benefício próprio.
...
Obviamente, o governo golpista não vai transformar o Brasil num país dependente de investimentos dos cassinos da Máfia norte-americana, como foi a Cuba de Batista. É muito pior do que isso. O governo ilegítimo vai pendurar a economia brasileira e o futuro de seu povo no grande cassino internacional das finanças desreguladas, sem pátria e sem ética, que esfola países e populações. O Brasil não será dependente de algum mafioso americano, o Brasil será dependente de Mamon, o deus hebraico do dinheiro e da cobiça, infinitamente mais poderoso e mais cruel, porque impessoal, que qualquer mafioso.
...
Enquanto o mundo inteiro começa a questionar e a fugir da globalização neoliberal, até mesmo o ultraconservador Trump, o Brasil faz o caminho inverso, emulando a cegueira estratégica e a truculência social de um Batista.
...
Se tiver êxito, o governo golpista transformará o Brasil numa gigantesca Cuba do regime Batista. Ao final do período da PEC 241/55, os idosos morrerão antes de aposentar e os pobres terão baixo acesso à educação e à saúde. O salário mínimo estará, com certeza, em menos de 100 dólares. A desigualdade terá aumentado exponencialmente. Poucos comerão carne, quando conseguirem comer. Num dos maiores produtores agrícolas do mundo, muitos voltarão a passar fome. O petróleo e tudo mais não serão mais nossos. O Brasil não será mais nosso. Os núcleos estratégicos da nossa economia já estarão alienados à banca internacional. O Brasil será, de novo, aquele país desigual e dependente de sempre, sem controle sobre seus destinos.
...
Em compensação, o Brasil será um paraíso para os negócios. Qualquer negócio.
...
Homens de negócios estrangeiros também percorrerão as ruas do Rio de Janeiro, dormindo com meninas de 14 anos e divertindo-se atirando moedas para ver brasileiros chafurdando nas sarjetas. Sócios do regime habitarão luxuosos espigões, indiferentes ao patrimônio histórico e aos milhões sem patrimônio algum.
...
E, ao contrário da Cuba de hoje, nesse Brasil do futuro milhões de crianças brasileiras dormirão nas ruas."
...
BRASIL : DE PAÍS A CASSINO
...
por Marcelo Zero, em 27/11/2016
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"Pouco antes da revolução cubana, Arthur M. Schlesinger, Jr., historiador, ganhador do Prêmio Pulitzer, foi encarregado pelo presidente Kennedy de fazer uma análise da situação na ilha.
...
Disse ele sobre Havana: “Me horrorizou a maneira como esta adorável cidade tinha se transformado desgraçadamente em um grande cassino e prostíbulo para os homens de negócios norte-americanos. Meus compatriotas caminhavam pelas ruas, se deitavam com garotas cubanas de 14 anos e jogavam fora moedas só pelo prazer de ver os homens chafurdando na sarjeta para recolhê-las”.
...
A conclusão da análise dizia simplesmente o seguinte: “A corrupção do governo, a brutalidade da polícia, a indiferença em relação às demandas da população por educação, saúde, habitação e por justiça social e econômica constituem-se num convite aberto à revolução.”
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Obviamente, Schlesinger estava corretíssimo. Totalmente equivocados estavam os que descreviam a Cuba de Batista como um paraíso na Terra, como faz até hoje a propaganda anticastrista.
...
Schlesinger não estava só. O próprio presidente John F. Kennedy, que foi crítico a Batista em seu final, declarou, em tom de autocrítica, que: “Penso que não existe um país no mundo, incluindo os países sob domínio colonial, onde a colonização econômica, a humilhação e a exploração foram piores que as que aconteceram em Cuba, devido à política do meu país, durante o regime de Batista.”
...
No campo político, Fulgencio foi um ditador sanguinário. Quem diz isso não são os comunistas ou os “bolivarianos”. Foi John Kennedy que afirmou que: “Nosso fracasso mais desastroso foi a decisão de dar status e apoio a uma das mais sangrentas e repressivas ditaduras na longa história da repressão latino-americana. Fulgencio Batista assassinou 20 mil cubanos em 7 anos – uma proporção maior da população cubana que a proporção de norte-americanos que morreram nas duas guerras mundiais – e transformou Cuba em um Estado policial total.”
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Na época, Cuba tinha apenas cerca de 6 milhões de habitantes. Esse número de mortos equivaleria, no Brasil de hoje, a 700 mil pessoas. Ou seja, se fosse no Brasil atual, Batista teria assassinado 100 mil pessoas por ano.
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A tortura era generalizada e a repressão era brutal. Os opositores ao regime eram sistematicamente assassinados e a imprensa estava totalmente censurada. Juízes eram intimidados e até mesmo médicos cubanos foram assassinados pelo regime simplesmente porque trataram de rebeldes feridos.
...
No campo econômico, Batista transformou um país relativamente próspero para os padrões latino-americanos da época numa economia dependente e em ruínas.
...
Segundo Salim Lamrani, Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris, durante dois terços do reinado de Batista não houve crescimento. A dívida da nação passou de 300 milhões de dólares, em março de 1952, para 1,3 bilhão, em janeiro de 1959. O déficit orçamentário alcançou os 800 milhões de dólares. Além disso, as reservas monetárias caíram de 448 milhões de pesos, em 1952, para 373 milhões, em 1958. Essas reservas, frise-se, foram roubadas por Batista e seus comparsas na fuga para Miami.
...
A renda açucareira, base da economia de Cuba, passou de 623 milhões de pesos em 1952, para 426,1 milhões em 1956 e 520,7 milhões em 1958. Assim, a renda per capita em Cuba, em 1958, vésperas da revolução, era mais ou menos semelhante à de 1947. Foi como se uma PEC 241/55 tivesse passado por lá.
...
O desemprego atingia 35% da população ativa e cerca de 62% dos trabalhadores recebiam um salário inferior às suas necessidades mínimas de subsistência. Somente 4% dos camponeses comiam carne e cerca da metade nunca tinha frequentado uma escola.
...
Dessa forma, o regime Batista transformou um país modesto, mas em construção, num cassino dependente de “investimentos” da Máfia americana.
...
Fidel fez o contrário: transformou um cassino da máfia de Miami num país. Pequeno, mas soberano. Pobre, mas justo. Um país digno. O país com os melhores indicadores sociais da América Latina. Mesmo com os grandes erros e as enormes dificuldades, em Cuba não há criança sem escola ou que durma nas ruas. Gostem ou não, é uma façanha política.
...
Com efeito, após mais de meio século de tentativa de invasões, de um bloqueio comercial cruel e ilegal, de uma campanha sistemática de mentiras, Cuba tem indicadores sociais extraordinários, para seu nível de desenvolvimento econômico.
...
Conforme a UNESCO, Cuba tem a mais baixa taxa de analfabetismo e a mais alta taxa de escolarização da América Latina. Além disso, Cuba é a nação do mundo que usa a maior parte de seu orçamento em educação, cerca de 13% do PIB. De acordo com a OMS, Cuba tem uma taxa de mortalidade infantil de 4,6 nascidos por mil, a mais baixa do continente americano. Mais baixa que o do Canadá e que a dos EUA. E, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Cuba é o único país da América Latina e do “Terceiro Mundo” que se está entre as dez nações do mundo com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano, levando em conta somente os indicadores sociais.
...
Dirão, é claro, que Cuba ainda é um país pobre, que enfrenta grandes dificuldades econômicas. É verdade. Mas isso só aumenta seu mérito. Lá, tomou-se a decisão de se construir um país soberano e para todos. Um país que vai gastar o pouco que tiver no bem-estar de sua população. Um país que não se verga e não se vende.
...
Pois bem, o Brasil do governo ilegítimo de Temer está seguindo o rumo oposto ao de Fidel e mesmo de países socialdemocratas que investiram no bem-estar de seus povos, e trilhando o caminho desastroso dos “batistas”, que investem na desigualdade e na alienação de seus países.
...
O Brasil passou, nos últimos 13 anos, por um processo bem-sucedido de combate à pobreza e de distribuição de renda e de oportunidades. Retiramos cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza extrema e colocamos 42 milhões de brasileiras e brasileiros na classe média. Tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Aumentamos muito o acesso à educação técnica e superior e aos serviços de saúde. Pela primeira vez, os pobres entraram realmente no orçamento.
...
Agora, o governo golpista quer percorrer o caminho inverso. Com a PEC 241/55, a reforma da previdência, a reforma trabalhista, a extinção da política de aumento do salário mínimo e outras medidas, o governo ilegítimo pretende acabar com todo o legado social da CLT, da Constituição Cidadã e das políticas dos governos progressistas recentes, com o intuito de reduzir os custos trabalhistas, previdenciários e sociais do Brasil.
...
Querem um Brasil bem baratinho para “atrair investimentos estrangeiros”. Um Brasil à venda por preços de liquidação. Querem tirar os pobres do orçamento, de modo a que sobre dinheiro para o pagamento das maiores taxas de juros do mundo. Querem que eles voltem à Senzala. Querem vender tudo o que for possível, inclusive o pré-sal, nosso passaporte para o futuro. Querem privatizar serviços públicos essenciais, até mesmo saúde e educação. Querem transformar o Brasil num grande balcão de negócios. Querem um país pequeno, periférico, injusto e indigno.
...
Mas Temer, um títere irrelevante, só está renovando uma tradição histórica brasileira.
...
“Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro". Era o que cantava o poeta Cazuza, em “O Tempo Não Pára”. Claro está que não se tratava de uma crítica pejorativa e machista à prostituição. A expressão é metafórica, uma referência clara a como as elites econômicas e políticas do Brasil tradicionalmente corrompem e alienam o país em benefício próprio.
...
Obviamente, o governo golpista não vai transformar o Brasil num país dependente de investimentos dos cassinos da Máfia norte-americana, como foi a Cuba de Batista. É muito pior do que isso. O governo ilegítimo vai pendurar a economia brasileira e o futuro de seu povo no grande cassino internacional das finanças desreguladas, sem pátria e sem ética, que esfola países e populações. O Brasil não será dependente de algum mafioso americano, o Brasil será dependente de Mamon, o deus hebraico do dinheiro e da cobiça, infinitamente mais poderoso e mais cruel, porque impessoal, que qualquer mafioso.
...
Enquanto o mundo inteiro começa a questionar e a fugir da globalização neoliberal, até mesmo o ultraconservador Trump, o Brasil faz o caminho inverso, emulando a cegueira estratégica e a truculência social de um Batista.
...
Se tiver êxito, o governo golpista transformará o Brasil numa gigantesca Cuba do regime Batista. Ao final do período da PEC 241/55, os idosos morrerão antes de aposentar e os pobres terão baixo acesso à educação e à saúde. O salário mínimo estará, com certeza, em menos de 100 dólares. A desigualdade terá aumentado exponencialmente. Poucos comerão carne, quando conseguirem comer. Num dos maiores produtores agrícolas do mundo, muitos voltarão a passar fome. O petróleo e tudo mais não serão mais nossos. O Brasil não será mais nosso. Os núcleos estratégicos da nossa economia já estarão alienados à banca internacional. O Brasil será, de novo, aquele país desigual e dependente de sempre, sem controle sobre seus destinos.
...
Em compensação, o Brasil será um paraíso para os negócios. Qualquer negócio.
...
Homens de negócios estrangeiros também percorrerão as ruas do Rio de Janeiro, dormindo com meninas de 14 anos e divertindo-se atirando moedas para ver brasileiros chafurdando nas sarjetas. Sócios do regime habitarão luxuosos espigões, indiferentes ao patrimônio histórico e aos milhões sem patrimônio algum.
...
E, ao contrário da Cuba de hoje, nesse Brasil do futuro milhões de crianças brasileiras dormirão nas ruas."
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domingo, 27 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Copie e cole no seu navegador o link abaixo e leia na íntegra.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/11/1833540-lula-e-familia-entram-com-queixa-crime-contra-sergio-moro.shtml
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Graça Ferreira
Confesso não estar entendendo algumas postagens de estudantes contrários às ocupações. Alguns dizem que todos os investimentos e esforços dos professores e setores vão ser prejudicados. Como assim? Estamos falando de estudantes lutando contra medidas desse desgoverno. E, essas medidas sim, vão acabar com tudo o que já foi conquistado. Estudantes sim!
A mídia junto com o governo tentam passar essa imagem de estudantes baderneiros e guerrilheiros, como se esses estudantes estivessem destruindo escolas e universidades! Mas, quando interessa, fazem uma "malhação" com os jovens ocupando as escolhas e aí, só aí, é por uma boa causa, heróis de uma temporada.
Mas, tá na hora dos estudantes que não apóiam tais ocupações pararem e descobrirem quais os reais motivos para serem contrários. Sei que todos querem se formar e que as ocupações vão fazer com que as aulas sejam adiadas. Seria bem egoísta esse motivo, não? Todos, todos merecem estudar e terem seus direitos garantidos. Mas, e as conquistas? Ah! É justamente para garantir essas conquistas que os "guerrilheiros" estão lá, com ações de "um por todos" e todos por um"!
Parabéns, jovens brasileiros! Todos vocês que estão vendo além do seu próprio umbigo, parabéns!
Vamos pensar o que nos move???
A mídia junto com o governo tentam passar essa imagem de estudantes baderneiros e guerrilheiros, como se esses estudantes estivessem destruindo escolas e universidades! Mas, quando interessa, fazem uma "malhação" com os jovens ocupando as escolhas e aí, só aí, é por uma boa causa, heróis de uma temporada.
Mas, tá na hora dos estudantes que não apóiam tais ocupações pararem e descobrirem quais os reais motivos para serem contrários. Sei que todos querem se formar e que as ocupações vão fazer com que as aulas sejam adiadas. Seria bem egoísta esse motivo, não? Todos, todos merecem estudar e terem seus direitos garantidos. Mas, e as conquistas? Ah! É justamente para garantir essas conquistas que os "guerrilheiros" estão lá, com ações de "um por todos" e todos por um"!
Parabéns, jovens brasileiros! Todos vocês que estão vendo além do seu próprio umbigo, parabéns!
Vamos pensar o que nos move???
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
A corrupção nunca esteve tão em moda. Apontar a corrupção em nossa política é fácil, mas, o que dizer de um pai/mãe que paga absurdos para que seu filho/filha fraude concursos? Ora, se um fraldador tem tanto trabalho em sofisticar cada vez mais é porque o perigo compensa, né? Quem é mais corrupto o que descobre o jeitinho de fraldar ou aqueles que compram esses "serviços"? Que tipo de jovem faz uso disso?
Vi muitos xingamentos aos jovens que estão ocupando as escolas. Dentre alguns xingamentos os de " vagabundos" e "baderneiros". Será mesmo? Ou "vagabundos" se enquadraria mais para esses falsos estudantes em curso intensivo de corrupção?
Pensar não machuca! Então, vamos examinar os valores éticos e morais de nossa sociedade. Que futuro queremos? O que estamos plantando?
Vi muitos xingamentos aos jovens que estão ocupando as escolas. Dentre alguns xingamentos os de " vagabundos" e "baderneiros". Será mesmo? Ou "vagabundos" se enquadraria mais para esses falsos estudantes em curso intensivo de corrupção?
Pensar não machuca! Então, vamos examinar os valores éticos e morais de nossa sociedade. Que futuro queremos? O que estamos plantando?
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Copie, cole no seu navegador e assista o link abaixo.
http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/abtv-2edicao/videos/t/edicoes/v/mpe-apura-problemas-de-atendimento-em-hospital-de-pesqueira/5406049/
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Paulo Pimenta à ministra Carmen Lúcia: “A democracia pede luzes. Não apague essa chance”
CARTA ABERTA* A EXCELENTÍSSIMA MINISTRA CARMEN LÚCIA
Mui Digníssima Presidenta do STF
“A justiça é o pão do povo.
Às vezes bastante, às vezes pouca.
Às vezes de gosto bom, às vezes de gosto ruim,
Quando o pão é pouco, há fome.
Quando o pão é ruim,
há descontentamento”.
Bertolt Brecht – Poema O Pão do Povo.
A democracia no Brasil é um processo complexo e contraditório. Frágil democracia, tantas vezes abalada por golpes e contragolpes ao longo das últimas décadas. Não sou daqueles que afirmam, categoricamente, que o golpe trocou a farda pela toga, mas não escondo minha decepção com a omissão e o silêncio diante de tantos abusos e seletividade que vivemos nos dias atuais.
O golpe além de ferir de morte a democracia é reafirmação de privilégios, castas que, pela força do dinheiro, com a proteção da mídia e com compromissos corporativos, sentiram-se ameaçadas diante dos novos tempos.
Essa crise que vive o Brasil não absolve, a priori, ninguém de responder por seus protagonismos ou cumplicidades. O legislativo, o executivo, o MP, os TCU e também o judiciário são formados por homens e mulheres que reproduzem nos seus ofícios as relações de poder que emergem da sociedade.
As críticas são sempre bem-vindas. Nos limites da lei, por óbvio. Mas não devemos constranger os que se animam a falar, a criticar, a denunciar privilégios, salários abusivos, vantagens indevidas e abusos de poder, que não podem ser escondidos ou protegidos.
Imagine, Vossa Excelência, se, quando acusam um vereador de corrupto, eu me sentisse atingido? Se, quando um deputado fosse acusado, eu me ofendesse? Se, quando um senador fosse denunciando, todo Poder Legislativo se sentisse acuado?
Não devemos encorajar o silêncio das vozes, sejam quais forem, em nosso país.
Também não podemos permitir que predomine no Brasil a ideia de que determinados escalões da República sejam intocáveis, especialmente que permaneçam imunes a avaliações e críticas figuras que têm por função servir a sociedade brasileira. Estimular isso é, também, desencorajar o papel fiscalizador da sociedade.
Reações que buscam frear ou impedir críticas a essas figuras públicas, desprovidas de um rigoroso cuidado, jogarão nosso país de volta a tempos em que se apostava na falta de informação e no cerceamento da liberdade de expressão como melhores alternativas de controle da população e proteção das autoridades.
Não creio que esse seja o melhor caminho. Prefiro luzes da democracia para que toda denúncia seja apurada. Sem paixões corporativas. Sem medo de revirar as entranhas do que está escondido, do que “deve” ser evitado! Mais do que nunca, a democracia pede luzes. Não apague essa chance.
*Paulo Pimenta.
Brasília, 25/10/2016.
Paulo Pimenta é deputado federal (PT-RS).
domingo, 23 de outubro de 2016
MASSACRE
Acho que ninguém teve a vida tão devassada, com todos os instrumentos e poderio do Estado e imprensa, como Lula vem tendo.
Nem de longe, um ex-presidente, um promotor, juiz ou superintendente, professor, deputado ou pastor passou por algo semelhante.
Não tenho dúvida, que é um massacre nunca antes visto. Basta ter estabelecido qualquer relação com Lula, para ter, por tabela, a vida completamente vasculhada.
Quantas autoridades e até pessoas comuns suportariam tamanho ataque? Quantos passariam incólumes?
A minha impressão é de que não há nada de substancioso contra o Lula. Só uma imensa quantidade de balões de ensaio, que se evaporam muito rapidamente até que o outro seja inflado.
É preciso ser uma rocha psicológica pra aguentar tudo isto.
Daniel Menezes
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
terça-feira, 18 de outubro de 2016
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Ser cortado ao vivo uma pessoa que tanto contribuiu e contribui por Pesqueira é de uma crueldade imensurável! Aqui ficará registrada a minha indignação por essa rádio que não deixou o Tenente Coronel Medeiros agradecer aos seus eleitores. Só deixaria por telefone. Não esqueceremos, jamais, essa atitude da Rádio Jornal de Pesqueira! Minha audiência essa rádio, jamais terá!
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
"Obs: "Ninguém" é a soma de Abstenções, Votos Nulos e brancos. Grande parte do povo não acredita mais em voto. Com certeza você não verá estes números em destaque na grande mídia, só verá que o PSDB cresceu e etc. Ou a Globo acaba, ou ela acaba conosco."
"Resultado Oficial em São Paulo:
1. Ninguém: 3.096.186 votos
2. Dória (PSDB): 3.085.181 votos
3. Haddad (PT): 967.190 votos
1. Ninguém: 3.096.186 votos
2. Dória (PSDB): 3.085.181 votos
3. Haddad (PT): 967.190 votos
Resultado Oficial no Rio de Janeiro:
1. Ninguém: 1.866.621 votos
2. Crivella (PRB): 842.201 votos
3. Freixo (PSOL): 553.424
1. Ninguém: 1.866.621 votos
2. Crivella (PRB): 842.201 votos
3. Freixo (PSOL): 553.424
Resultado oficial em Curitiba:
1. Ninguém: 360.348 votos
2. Rafael Greca (PMN): 356.539 votos
3. Ney Leprevost (PSD): 219.727 votos
1. Ninguém: 360.348 votos
2. Rafael Greca (PMN): 356.539 votos
3. Ney Leprevost (PSD): 219.727 votos
Resultado oficial em Uruçuca (Sul da Bahia):
1. Ninguém: 11.751 votos
2. Moacyr (DEM): 6.604 votos (Inelegível)
3. Fernanda (PT): 5.851 votos
1. Ninguém: 11.751 votos
2. Moacyr (DEM): 6.604 votos (Inelegível)
3. Fernanda (PT): 5.851 votos
Resultado Oficial em Porto Alegre:
1. Ninguém: 382.535 votos
2. Marchezan (PSDB): 213.646 votos
3. Melo (PMDB): 185.655 votos
1. Ninguém: 382.535 votos
2. Marchezan (PSDB): 213.646 votos
3. Melo (PMDB): 185.655 votos
Resultado Oficial em Belém:
1. Ninguém: 265.731 votos
2. Zenaldo (PSDB): 241.166 votos
3. Edmilson (PSOL): 229.343 votos
1. Ninguém: 265.731 votos
2. Zenaldo (PSDB): 241.166 votos
3. Edmilson (PSOL): 229.343 votos
Resultado Oficial em Belo Horizonte (MG):
1 - Ninguém: 741.915 votos
2 - João Leite (PSDB): 395.952 votos
3 - Alexandre Kalil (PHS): 314.845 votos
1 - Ninguém: 741.915 votos
2 - João Leite (PSDB): 395.952 votos
3 - Alexandre Kalil (PHS): 314.845 votos
Resultado oficial em Ribeirão Preto (SP):
1. Ninguém: 183.270 votos
2. Nogueira (PSDB): 100.462 votos
3. Silva (PDT): 70.215 votos
1. Ninguém: 183.270 votos
2. Nogueira (PSDB): 100.462 votos
3. Silva (PDT): 70.215 votos
Resultado oficial em Sorocaba (SP):
1. Ninguém: 162.277 votos
2. Renato Crespo (PMDB): 133.767 votos
3. Raul (PSOL): 74.001 votos
1. Ninguém: 162.277 votos
2. Renato Crespo (PMDB): 133.767 votos
3. Raul (PSOL): 74.001 votos
Resultado oficial em Campinas (SP):
1.Ninguém: 327.875 votos
2. Jonas Donizete (PSB): 323.308 votos
3. Artur Orsi (PSD): 76.250 votos
1.Ninguém: 327.875 votos
2. Jonas Donizete (PSB): 323.308 votos
3. Artur Orsi (PSD): 76.250 votos
Resultado Oficial em Santo André (SP):
1. Ninguém: 236.212 votos
2. Paulo Serra (PSDB): 119.540 votos
3. Carlos Grana (PT): 67.628 votos
1. Ninguém: 236.212 votos
2. Paulo Serra (PSDB): 119.540 votos
3. Carlos Grana (PT): 67.628 votos
Resultado em Santa Maria (RS):
1. Ninguém: 55.649 votos
2. Valdeci Oliveira (PT): 43.746 votos
3. Pozzobom (PSDB) 43.037 votos
1. Ninguém: 55.649 votos
2. Valdeci Oliveira (PT): 43.746 votos
3. Pozzobom (PSDB) 43.037 votos
Resultado Oficial em Itabuna (BA)
1. Ninguém: 44.829 votos
2. Fernando Gomes (DEM): 34.152 votos (inelegível)
3. Dr. Mangabeira (PDT): 18.813 votos
1. Ninguém: 44.829 votos
2. Fernando Gomes (DEM): 34.152 votos (inelegível)
3. Dr. Mangabeira (PDT): 18.813 votos
Resultado Oficial em Ilhéus (BA):
1. Ninguém: 49.309 votos
2. Mario Alexandre (PSD): 36.019 votos
3. Cacá Colchões (PP): 15.073 votos
1. Ninguém: 49.309 votos
2. Mario Alexandre (PSD): 36.019 votos
3. Cacá Colchões (PP): 15.073 votos
Resultado Oficial em Cotia (SP):
1. Ninguém: 94.057 votos
2. Rogério Franco (PSD): 39.933 votos
3. Quinzinho Pedroso (PSB): 38.624 votos
1. Ninguém: 94.057 votos
2. Rogério Franco (PSD): 39.933 votos
3. Quinzinho Pedroso (PSB): 38.624 votos
Resultado Oficial em Nova Iguaçu (RJ)
1. Ninguém: 369.832 votos
2. Nelson Bornier (PMDB): 131.531 votos
3. Rosangela Gomes (PRB): 38.690 votos
1. Ninguém: 369.832 votos
2. Nelson Bornier (PMDB): 131.531 votos
3. Rosangela Gomes (PRB): 38.690 votos
E assim vai...
Obs: "Ninguém" é a soma de Abstenções, Votos Nulos e brancos.
Grande parte do povo não acredita mais em voto. Com certeza você não verá estes números em destaque na grande mídia, só verá que o PSDB cresceu e etc.
Grande parte do povo não acredita mais em voto. Com certeza você não verá estes números em destaque na grande mídia, só verá que o PSDB cresceu e etc.
Ou a Globo acaba, ou ela acaba conosco."
domingo, 2 de outubro de 2016
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
http://cartamaior.com.br/?%2FEditorial%2FO-silencio-dos-liberais-raizes-da-vergonha-brasileira%2F36887
Copie e cole no seu navegador e leia o artigo do site acima.
Meu comentário ontem à noite no facebook:
Debate entre os candidatos tem que ser cara a cara. Estou assistindo ao debate entre Rilary Clinton e Donald Trump. Queria ver um debate assim em Pesqueira. Democracia se faz com a participação dos candidatos(as) no debate. Quem foge ao debate não merece nenhum crédito. Não gostei daquele debate individual nas rádios. Pesqueira precisa se atualizar democraticamente. Não deixar em um debate individual em rádio o candidato se expressar livremente, não é democrático. Portanto, Pesqueira está precisando se atualizar politicamente.
domingo, 25 de setembro de 2016
sábado, 24 de setembro de 2016
De um professor de arquitetura da UNIFEMM
"Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula é ou não dono de um triplex no Guarujá, como não sei se FHC é ou não dono de um apartamento na Avenue Foch, em Paris.
Sei apenas que a presunção de ser dono de um triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção, mas a presunção de ser dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção.
Especialmente se o apê do Guarujá for um tanto novo-rico e o apê de Paris, um tanto elegante.
A questão é estética.
Lula carregando uma caixa de isopor e sendo dono de um barco de lata é uma cômica farofa.
Se FHC carregasse uma caixa de isopor e fosse dono de um barco de lata seria uma concessão à humildade.
Se FHC carregasse uma caixa de isopor e fosse dono de um barco de lata seria uma concessão à humildade.
A questão é classista.
Um Odebrecht sentado à mesa com FHC é um empresário rico.
O mesmo Odebrecht sentado à mesa com Lula é um pagador de propina.
O mesmo Odebrecht sentado à mesa com Lula é um pagador de propina.
Nada disso tem a ver com corrupção. Nada disso revela qualquer preocupação com o país.
A cada dia que passa, é mais evidente que o que está em discussão é quem são os verdadeiros donos do poder.
E os donos legítimos do poder são os elegantes. Aqueles com relação aos quais não interessa saber como amealharam riqueza porque, simplesmente, a riqueza lhes cai bem.
A casa grande tem um perfume que inebria toda a lavoura arcaica e sensibiliza até a senzala. É o que estamos assistindo.
Tudo o mais, tudo o que não é casa grande é Lula e os amigos de Lula!
A questão é preconceito.
Vejam como um fraque cai naturalmente bem em FHC. Um fraque assim em Lula, certamente, deveria ter sido roubado.
O Brasil é o país dos elegantes. De uma elegância classista, racista e preconceituosa deitada eternamente no berço esplêndido do aristocrático século XIX.
Rodrigo B. Campos
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Uma carta aberta a Sérgio Moro
Dr. Rosinha, especial para o Viomundo
Confesso, estou triste. Diria até que estou deprimido. Tão triste e deprimido que talvez não consiga escrever exatamente o que estou pensando. De qualquer maneira, preciso tentar escrever.
Normalmente, não me considero uma pessoa triste, muito menos deprimida. E tampouco os que convivem comigo me consideram dessa forma. O que tem me deixado assim, em parte, são as suas ações, Doutor Sérgio Moro.
Sinceramente, esperava que o senhor fosse um homem que, através de seus atos, buscasse uma aplicação justa da lei, e não a mera perseguição, ou o fazer justiça com as próprias (mãos) leis.
Triste dizer isso, mas é este o meu sentimento. O sentimento de quem vive em busca da justiça, não de justiceiros. Geralmente, todo justiceiro causa mais danos sociais e humanos do que os que são levados às barras da justiça.
Meu sentimento é de que o senhor e, se não todos, pelo menos a maioria dos membros da operação lava jato (assim mesmo, em minúsculas) agem como assassinos de reputações, e estão a serviço de interesses de determinados setores da sociedade, mas especificamente da burguesia (palavra fora de moda) financeira e econômica, brasileira e mundial. Estão contra os brasileiros e as brasileiras, principalmente os mais pobres.
Estou triste e deprimido porque me sinto incapaz, no momento, de fazer algo concreto em defesa dos que sofrem injustiças. Incapacitado e desencantado com o ser humano. Está esvaindo-se em mim a esperança de um dia ver um mundo melhor. Tenha certeza de que o senhor está contribuindo com isso.
A espécie humana, Dr. Moro, sei que o senhor sabe disso, é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. E, na maioria das vezes, faz isso em nome do capital, do acúmulo de riquezas, do poder.
Digo isto porque o senhor está poderoso. O senhor e a turma que atua na lava jato. Tão poderosos que vários juízes, procuradores e policiais os imitam na truculência.
São muitos os homens, mulheres e crianças que vivem sem saber por que vivem, sem ter razão de viver. Sem saber o que esperam do amanhã. E aqueles que, como Lula, procuram construir a dignidade para essas pessoas, são perseguidos por quem sempre teve a mesa farta e a cama confortável. Sempre foram perseguidos por aqueles que viram as costas quando veem na rua um pedinte ou uma criança carente de pão, carinho e amor. Mas correm passar a mão na cabeça dos cachorrinhos das madames. Às vezes, até de cachorros vadios.
São perseguidos por aqueles que não têm vergonha de, mesmo com altos salários, decidir em causa própria, mesmo tendo sua própria casa, para receber auxílio-moradia. Auxílio, diga-se de passagem, de valor superior à renda de mais da metade dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.
Com tudo isso na minha frente e com tudo que há de perseguição patrocinada pela lava jato, quer o doutor que eu acredite na justiça? Quer que eu acredite que as ações da chamada ‘República de Curitiba’ são imparciais?
Todo e qualquer homem ou toda e qualquer mulher que pensa um pouco sabe que a maioria, senão todos que participam da operação lava jato, age política e ideologicamente a favor de uns, e contra outros. Como justificar que em quase todas as delações (premiadíssimas) aparece o nome do Aécio, e praticamente nada sobre ele é investigado?
Como explicar que o oficial de Justiça não consegue achar a casa de Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, para entregar uma intimação para ela ir depor? No entanto, a esposa de João Santana, Monica Moura, foi encontrada com tanta facilidade. Sim, o marido fez a campanha do PT.
Como um helicóptero é apreendido com 450 quilos de cocaína e o único detido é o piloto? E o dono, amigo de Aécio, sequer é investigado?
Como não consegue, agora sem mandato de deputado federal, prender Eduardo Cunha? E, no entanto, prende Guido Mantega, que, no hospital, acompanhava a cirurgia da esposa?
Com tudo isso e muito mais coisas, não dá para dizer que o Ministério Público (representado pelo fundamentalista religioso Deltan), a Polícia Federal, com o seu Japonês, e o Poder Judiciário, representando no momento pela figura do senhor, é imparcial.
Estou triste.
Na minha tristeza, penso nas crianças. Sou sincero, não nos filhos e filhas dos que atuam na operação lava jato. Estes receberão uma gorda herança. Talvez um dia, ao estudar a história do Brasil, sintam vergonha do que fizeram seus pais e mães.
Penso nas crianças que, nesta época de campanha, mesmo inocentes, são objeto de uso e abuso das promessas da maioria dos candidatos. Prometem creche e melhor educação. No entanto, patrocinaram, junto com o senhor, um golpe de Estado que lhes rouba o futuro.
Digo isto porque as propostas para a educaçao dos usurpadores do poder é de destruição de todo processo libertário de educação que vinha sendo construído até então. Também, pudera: o que esperar de um ministro que ouve e acata as propostas de Alexandre Frota para a educação.
Estou triste. Estou triste pelas crianças pobres e pelas injustiças que o poder Judiciário comete. Hoje, o maior inimigo da justiça é o judiciário. Pelo método de atuação da lava jato, como esperar justiça?
Estou triste.
Penso nas crianças que não terão a formação adequada para saber porque vivem. Para, pelo menos, ter o discernimento de que não serão objeto de manipulaçao dos Aécios, Deltans, Anselmos, pregadores religiosos e de justiça pelas “próprias (leis) mãos”.
Estou triste.
Dr. Moro, o senhor disse que lamenta ter tornado Marisa Letícia, esposa de Lula, ré. Mesmo sabendo o significado da palavra ‘lamento’, fui ao Dicionário Aurélio. Lá encontrei que lamento significa “lamentação, voz lamentosa, gemido”. Não satisfeito, fui ao Dicio (Dicionário Online de Português), segundo o qual a palavra significa “ação de lamentar. Expressão de pesar, de mágoa face do infortúnio. Portanto, queixa, gemido; lamentação”. Informa também que lamento é sinônimo de plangor, gemido, vagido.
Plangor, de acordo com o mesmo dicionário, é quando “há lágrima(s) e/ou lamentação; choro, lástima ou gemido”. Vagido é “choro de criança recém-nascida”.
Com esses conceitos, sinceramente não compreendi por que o senhor disse lamentar por uma ação praticada pelo senhor. A vítima da ação é que tem que lamentar pelo infortúnio.
Não ouvi, não vi e tampouco tive qualquer informação de que, após assinar esta ação, o senhor tenha embargado a voz, gemido, ter sido magoado ou sofrido algum infortúnio. Vagido o senhor teve há muitos anos atrás, quando veio à luz. E, como a maioria dos recém-nascidos, naquele momento, alegria do pai e da mãe e a certeza deles de que fariam de tudo para que recebesse uma boa educação e que fosse um homem justo.
Mas o senhor não tem sido justo. O senhor confunde justiça com justiçamento.
Dr. Moro, assim como o senhor, sou contra a corrupção. Creio que esta é a única coisa que nos une. No mais, faço algumas observações:
1) O combate à corrupção não se faz com ideologia político-partidária. O senhor sabe disso, mas não se comporta assim. Digo isto porque a operação lava jato, inclusive o senhor, age de maneira distinta no que diz respeito à caça aos corruptos. Se é petista, por antecipação, é corrupto. Se é do PSDB, por principio, é inocente. Exemplo: quando algum premiado delator diz que a corrupção começou na Petrobras no governo de FHC, o senhor, ou se quiser, a lava jato, ignora a informação. Quantos são os tucanos investigados?
2) Como consequência do ponto anterior, o que se busca não é justiça, mas fazer política partidária. Exemplo: as principais e espetaculares ações da operação lava jato, que o senhor comanda, são feitas em momentos que influem na conjuntura política ou eleitoral.
Lembra da capa da Veja que a operação gerou, as vésperas da eleição de 2014? Lembra das manifestações a favor do golpe de Estado, quando o senhor pedia para “ouvir as vozes das ruas”? Não preciso lembrar porque são fatos recentes: tornar Lula réu e prender Mantega, às vésperas das eleições municipais.
Talvez o senhor não goste do blogueiro Fernando Brito, mas vou recorrer a ele. No último dia 21, ele chamou a atenção para as manchetes dos maiores jornais brasileiros e as reproduziu. São simbólicas pela repetição das mesmas palavras:
O Globo: Lula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Moro
Estadão: Lula vira réu na Lava Jato e será julgado por Moro
Folha: Acusado de corrupção, Lula será julgado por Sérgio Moro.
Será que a imprensa não quis dizer que o senhor não é um juiz, mas um justiceiro?
3) Não se faz justiça desrespeitando a lei. São muitos os exemplos. Poderia aqui expor um rosário, mas fico só com dois: a condução coercitiva de Lula e a divulgação da gravação envolvendo o ex-presidente e a então presidente, Dilma Rousseff. Por esta divulgação ilegal, o senhor levou um “puxão de orelha” do ministro Teori Zavascki, e acabou assumindo que errou. Desculpe, mais uma vez, pela sinceridade: o senhor não errou, fez a divulgação propositadamente.
Por fim, desculpe por esta longa carta. Não sei se o senhor teve conhecimento dela e se conseguiu lê-la até aqui. Se conseguir, peço um pouco mais de paciência. Só mais um comentário.
Tomei conhecimento, hoje, que o senhor mandou prender Guido Mantega. A mesma noticia informa que quem o delatou, sem provas, foi Eike Batista, mas que ele (Eike) não será preso. Claro, ele não é do PT.
Preciso fazer algumas perguntas para o senhor:
1) Mantega nunca se negou a prestar depoimento e é considerado um homem honesto, ao contrário de seu delator. Ele também tem endereço fixo. Por que Mantega precisa ser preso?
2) Gostaria que o senhor se colocasse no lugar de Mantega. Ele foi preso dentro do Hospital Albert Einstein, enquanto esperava a cirurgia da esposa, que está com câncer. O senhor acha justo que alguém que não é ameaça nenhuma à sociedade, tem endereço fixo e está nesta condição seja preso?
3) Esta ação não é própria de justiceiros?
4) Tem certeza o senhor de que esta ação não é desumana? Ou vai dizer que lamenta por ela?
Desculpe, doutor, pensei que ia terminar a carta, mas tomei conhecimento que um estuprador, no Recife, foi preso em flagrante e em seguida solto. Sei que o senhor não tem nada com isso, mas como o senhor quer que eu acredite na polícia, no Ministério Público, na justiça?
Estou triste.
Sinceramente, termino dizendo-lhe que esta manifestação é feita por alguém que um dia, no passado, chegou, sim, a admirá-lo.
Doutor Rosinha
22 de setembro de 2016
22 de setembro de 2016
PS1 – Acima escrevi que a espécie humana é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. Pense nisso, doutor: quantas esperanças e quantos empregos o senhor já destruiu? Quantas crianças estão, como resultado dessas ações, com o futuro comprometido?
PS2 – Assim que termino a carta, tomei conhecimento de que um porta-voz da Polícia Federal lamentou a prisão de Guido Mantega e que o senhor a revogou.
PS3 - Como vê, apesar da tristeza e da depressão consegui escrever alguma coisa. Espero que lhe sirva de reflexão e tenha a certeza: não fiz para agredi-lo e tampouco para dar lições.
Dr. Rosinha, médico pediatra e servidor público, ex-deputado federal (PT-PR).
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