Total de visualizações de página

sábado, 31 de dezembro de 2016

No apagar das luzes do ano de 2016 , é hora de reconhecer a personagem do ano: Dilma!
Ninguém , paradoxalmente , brilhou tanto quanto Dilma em 2016.
Ganhou na derrota. Triunfou sobre os que , teoricamente , a venceram.
Dilma saiu do impeachment maior do que entrou , ao contrário de seus oponentes.
Comportou-se durante o processo como uma estoica. Suportou , altiva , todos os golpes , como recomendavam (e praticavam) os mestres do estoicismo. Foi e é um exemplo de força na adversidade.
Consumado o golpe , manteve a mesma atitude serena , equilibrada e firme.
Soube evitar o risco pessoal maior: se deixar tomar pela amargura e pelo ódio.
Recolheu-se , mais uma vez de forma filosófica , à vida simples.
Mora numa casa despojada , em Porto Alegre , onde está perto da filha e dos dois netos pequenos. Dedica-se , ali , ao que diz ser hoje a melhor coisa do mundo: pedalar.
Nas entrevistas que concede , Dilma mostra que soube entender que não havia como evitar a queda diante da trama montada contra ela.
Era coisa demais empurrando-a para fora. Era a mídia , eram os derrotados das urnas , eram Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. Era , enfim , a plutocracia brasileira no que tem de pior: sua ganância desumana que faz sempre do Brasil um campeão da desigualdade social.
Dilma resistiu quanto pôde , mas , sabiamente , aceitou as coisas como elas são.
Passados meses do golpe , muita gente vai-se dando conta de que os brasileiros devem um monumental pedido de desculpas a ela.
Sob muitos aspectos , considerando a camarilha que tomou o poder , Dilma é o oposto: maior que este Brasil que temos aí , mais honesta , mais generosa , mais compassiva , mais sincera e mais igualitária.


Por Leandro Scala

Nenhum comentário:

Postar um comentário