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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Abaixo o Fumacê antes que destruam a Natureza!

Post Aedes

Fumacê, abelhas e mosquitos.

No Brasil temos a ocorrência de algumas doenças transmitidas por mosquitos vetores, (da Família Culicidae)  principalmente dos gêneros Culex e Aedes.
No caso  dos Aedes (A. albopictus e A. aegypiti principalmente) existe a possibilidade de transmissão de diversas doenças como a dengue, a febre Amarela, a febre chikungunya e a febre zika. São mosquitos de hábito preferencialmente diurno e que gostam de se reproduzir em água limpa e parada ( embora já existam casos deAedes se reproduzindo em água suja e agindo no período noturno).
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Aedes aegypiti
Já no caso dos mosquitos do gênero Culex,uma das principais doenças que podem ser transmitidas é aelefantíase ou filaríase. Os mosquitos do gênero Culex são os mais comuns em ambientes urbanos ( os famosos pernilongos), onde além de agirem como vetores de doenças, causam um problema muito mais frequente, o incomodo a população pelas picadas. Seu hábito é preferencialmente noturno e a deposição de seus ovos é feita em locais com água podendo haver fluxo como em beiras de rios e córregos.
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Culex sp.
Que esses mosquitos causam desconforto e transmitem doenças, provavelmente você já sabe, mas o que tratamos aqui é a questão sobre o combate aos mosquitos vetores que muitas vezes é feita de forma equivocada pelas prefeituras, e na maioria dos casos devido a pressão da população que demanda uma solução rápida para um problema que deve ser cuidado a longo prazo.
Fumacê
Carro do fumacê fazendo a nebulização urbana. Foto: ilha do mel FM.
Para controlar surtos de mosquitos vetores, utiliza-se o fumacê, que nada mais é do que a aplicação de venenos em forma de óleo como a Lambda Cialotrina. Porém a utilização do fumacê só deveria ser utilizada em ultimo recurso, devido a sua baixa eficácia, e pelos problemas que a sua utilização causa e abaixo segue uma pequena lista com os problemas do fumacê:
  • Só mata o mosquito adulto- o fumacê é ineficaz em matar os mosquitos em suas fases de larva e pupa reduzindo a sua população apenas de forma muito temporária(você pode checar mais informações sobre o ciclo de vida dos mosquitos no site da FIOCruz);
  • Pode causar problemas de saúde- embora seja feito para matar insetos, esses venenos podem trazer prejuízos a população, principalmente as crianças, pessoas de idade avançada e com problemas respiratórios;
  • É toxico para peixes e organismos aquáticos- após as chuvas o veneno é carregado para rios, córregos, lagos e outros ambientes aquáticos e causa problemas essa fauna, sem contar a própria utilização do fumacê em áreas de mananciais.
  • Seleciona os mosquitos mais resistentes- a seleção natural é um fato, e ela ocorre com os mosquitos vetores. Quando se utiliza o fumacê muitos mosquitos morrem, mas nem todos. Os mosquitos que tem uma maior resistência natural a determinado veneno vão sobreviver, se reproduzir e gerar mais mosquitos resistentes a esse veneno. Como o ciclo de vida dos mosquitos vetores é bastante curto esse processo acontece de forma assustadoramente rápida em escala humana o que torna necessário utilizar concentrações cada vez maiores dos venenos e produzir novas substâncias para elimina-los, mas no fim estamos criando mosquitos super resistentes aos venenos;
  • Mata outros animais- o fumacê mata outros insetos que vivem na região, como abelhas exóticas e nativas importantes para a polinização e manutenção das áreas verdes urbanas, além de outros insetos benéficos como joaninhas, borboletas etc. A toxicidade do fumacê para esses animais é extremamente alta, atingindo principalmente os insetos sociais como as abelhas, em especial as sem ferrão que não tem capacidade migratória. As abelhas podem ser contaminadas com o fumacê direta ou indiretamente, uma vez que o veneno se espalha sobre a vegetação e fontes de água e ao coletar polem, néctar e resinas, além de se contaminar levam essas substâncias para dentro do ninho, o que pode levar a colmeia toda a morte.
Nós todos desejamos uma maior qualidade de vida, com menos mosquitos transmissores de doenças, ou mesmo perturbando nosso sono, mas a solução não é tão simples, não é acionando os centros de controle de zoonoses (que só devem agir em ultimo caso) que vamos resolver esse problema. O combate aos mosquitos vetores deve ser constante e devemos agir na PREVENÇÃO.
No caso dos Aedes, devemos eliminar lugares com água parada, tampar caixas d’água, não deixar vasinhos empoçando água (coloque areia), usar uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água nas bromélias.  Veja algumas instruções sobre o combate aos mosquitos da dengue no vídeo abaixo.

https://youtu.be/7g9Iwcf0Tj4

Mas para prevenir todos os mosquitos, inclusive os que não precisam de água parada para se reproduzir um cuidado muito simples pode ser tomado: o uso de telas. Nenhuma prevenção para a entrada dos mosquitos na sua casa é melhor do que as barreiras mecânicas. Instale telas  nas janelas e mantenha as portas fechadas, você verá como muito menos mosquitos e pernilongos irão conseguir entrar na sua casa.
Espero que tenham gostado, e que as informações lhes sejam uteis, pois para as abelhas elas certamente serão! Compartilhe nosso trabalho e seja um polinizador de conhecimento!

Perfil
Celso Barbiéri Jr é Gestor Ambiental pela Universidade de São Paulo, membro administrativo do SOS Abelhas sem Ferrão e meliponicultor urbano. Atua com educação ambiental e a favor da preservação das espécies de abelhas nativas do Brasil. Atualmente desenvolve pesquisas sobre abelhas sem ferrão e abelhas solitárias da tribo Euglossini.
Fonte, http://www.sosabelhassemferrao.com.br/2015/12/06/fumace-abelhas-e-mosquitos/

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