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sábado, 8 de agosto de 2015

EMPRESÁRIOS DIZEM NÃO AO GOLPE

A complexidade das relações humanas é muitas vezes inalcançável pela simples lógica aplicada.

É de domínio público que as pessoas mais ricas... Ou, com um pouco mais de posses, não gostam do PT.

Como disse Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra".

Acho que quem realmente não gosta do PT é a classe média. De modo geral aqueles que dependem de salário, rentistas, pessoas que tem suas vidas reguladas pelos aumentos anuais de suas corporações.

Para estes tudo bem a possibilidade do PSDB assumir o poder. Os governos que praticam a concentração de renda são agradáveis para esse setor da sociedade, estão entre iguais, "eles que são brancos que se entendam".

Mas o país não é feito só de brancos, nem de pessoas de classe média. 

O Brasil é a miscelânia de raças, mas é também a miscelânia de crenças, de valores morais, de aspectos culturais, e com toda certeza também, de ideologias.

Democracia não é querer sufocar a voz do seu opositor. É apontar caminhos, onde está faltando uma nova visão.

Mas infelizmente esse pessoal plutocrata não considera a diversidade, e prefere decidir o que é melhor para eles mesmos, ainda que precise tratorar os interesses legítimos de milhões de pessoas, cuja única intenção na verdade é estudar, trabalhar e melhorar de vida. É ter condições de colocar em prática seus sonhos, e experimentar o seu direito de escolha.

Pois bem, dentro do cenário confuso em que se tornou a política nas últimas semanas. Com demonstrações de preconceito de todo tipo chovendo sobre um partido... Com a revista Veja caluniando Lula, desrespeitando acintosamente um ex-presidente da república e figura respeitadíssima no cenário internacional... Com os golpistas se reunindo em diversas ocasiões para decidir qual seria a melhor maneira para tirar a presidenta...

A prisão de José Dirceu que reacendeu a fogueira daquele pessoal raivoso que acreditou ter o PT inventado a corrupção, enquanto os maiores corruptos, privatistas, lobistas da máfia escroque internacional, apontando o dedo para reafirmar o quanto o seu adversário é corrupto e incompetente... 

O clima de golpe foi se tornando sufocante...

Como uma tempestade se formando, uma guerra, onde qualquer decisão contra a normalidade acarretaria duras retaliações... Ameaçando gerar um novo período sombrio de crises, ataques, retribuições...

Então o vice-presidente Michel Temer vem a público para pedir, com voz embargada, que seja possível criar um pacto pelo país... Pelo desenvolvimento... Pela estabilidade... 

E ao que parece sua súplica foi ouvida por pessoas de bom senso.

Os empresários da FIESP e Firjan divulgam uma nota conjunta em defesa da posição do vice-presidente Michel Temer, na qual reafirmam que o momento econômico e político brasileiro "é de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil". "A indústria brasileira se associa ao apelo de união para que o bom senso, o equilíbrio e o espírito público prevaleçam no Brasil", diz a nota, assinada pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Que eu saiba empresários bem sucedidos estão interessados em ter lucros com suas atividades e não ter que suportar um período sombrio de guerras, miséria, perda do poder aquisitivo, recessão.

Com este poderoso aval, a Globo, que vinha aumentando a voz, como que a criar as condições propícias para um "impeachment" (eles preferem usar essa palavra em vez de "golpe") ao que parece recuou.

Na TV o PSDB, com peito estufado, feito um galo garnizé, conclama o povo à rua, para mais uma manifestação contra o governo, a favor da venda da PETROBRAS e em defesa do direito de engavetar.

E neste momento em que escrevo, é sábado, dia 08 de agosto, faltam 8 dias para a tal manifestação dos Vem Pra Rua, Brasil Livre de Quê, e tantas outras ong's bancadas por empresas de petróleo como a Chevron e a Exxon Mobil.

Mas aconteceu algo interessante nesta sexta-feira, depois desse apelo do Temer, e da nota das Federações de Indústrias, ao que parece os Marinho entenderam o recado e a Globo abaixou o tom. Amainou. Comportou-se como se tivesse sido desde sempre uma empresa de mídia democrática e imparcial.

O Jornal o Globo faz um editorial onde se lê "Há momentos nas crises que impõem a avaliação da importância do que está em jogo". 

E na TV o Jornal Nacional faz a primeira edição pró-governo, em desagravo ao PT, de sua história. É um pouco exagerado falar assim, mas, vamos ver: exibem partes da fala da presidente Dilma a dizer que "aguenta ameaças e que democracia é respeito ao voto popular" a presidente disse também em plena TV aberta: "Ninguém vai tirar a legitimidade que o voto me deu". Na mesma noite a TV notícia com belas imagens a manifestação de apoio ao presidente Lula em desagravo ao atentado a bomba na sede do Instituto Lula. E arremata dando um discreto chega pra lá em Eduardo Cunha.

Vamos no entanto permanecer em estado de alerta, pois o abrandamento do tom agora pode ser apenas para passar uma mão de verniz de imparcialidade, para depois empreender a maior campanha antigoverno da história... Mas acredito que não.

Avalio que há fortes indícios de que a sanha golpista vai arrefecer. Grande parte do povo já está ficando cansada desses embates ideológicos, dessa luta contra o fascismo. Os panelaços durante a apresentação do comercial do PT ficou claro mais uma vez que afeta mais aos bairros de classe média e não consegue contagiar a periferia. 

Ao que tudo indica a próxima manifestação da direita golpista não será muito diferente das anteriores, com aqueles lunáticos que pedem intervenção militar, e etc.

O golpe perdeu a força.

A nau avança.


Fonte, http://tvrealidadetv.blogspot.com.br/2015/08/empresarios-dizem-nao-ao-golpe.html

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