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quinta-feira, 1 de agosto de 2013


Canetadas on line (Por Jurandir Carmelo – Pesqueira/PE, 30/07/2013).

A BANDA...

“...Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou...”

No mês de abril de 2013, a última tocada, nos informa Walberto, que fez de tudo para a banda continuar alegrando as ruas de Pesqueira. Parou por quê? Motivo: falta de apoio de uma Cidade onde a cultura está morrendo. Ou já morreu?
E assim a Banda de Música de Pesqueira ”está” à toa na vida..., diria com certeza, se a conhecesse, o nosso Chico Buarque. Daí, a pergunta: o que fazer “Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor...?”.

Cante com Chico Buarque...
A Banda

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem.

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...

Ah, minha gente sofrida (pesqueirenses todos, não é possível, até a Banda?), não deixemos a banda parar, ao contrário, permitamos à “namorada contar as estrelas”, e que o faroleiro conte as suas vantagens, até a banda passar.
E por que não a meninada continuar assanhada, ou a rosa triste se abrir? E por que não, também, a moça triste sorrir?
Cantemos juntos à nossa maneira essa linda canção do Chico Buarque: A BANDA! Cantemos interpretando-a com alma e coração. Cantemos com o mais efetivo sentimento de pesqueiridade. Cantemos, sim Cantemos!

(...) A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade (PESQUEIRA) toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor (...).

Ora, se “o homem sério que contava dinheiro parou”; se “o faroleiro que contava vantagem parou”; se a namorada que contava as estrelas parou, para ver, ouvir e dar passagem..., por que não pararmos um pouco para falar de amor, esse amor que sempre foi a Banda de Música Maestro José Bevenuto?

Vejam vocês, amigos e amigas pesqueirenses, amigos e amigas de Pesqueira, os que aqui estão e os que mundo afora andam, que até “...o velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou que ainda era moço pra sair no terraço e dançou...”, não sendo diferente com “...a moça feia que debruçou na janela e pensou que a banda tocava pra ela...”.
            Vamos juntos pesqueirenses. Vamos sair desse comodismo. Já perdemos tantas coisas. Tantas coisas já nos levaram, sem que a gente proteste. Já nos tiraram a sala de aula do CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UFPE; a COLETORIA FEDERAL e ESTADUAL; o escritório da CELPE; o escritório do IBGE; o SESI; A FÁBRICA PEIXE; o controle da ADAGRO; a CICA NORTE; as CASAS JOSÉ ARAÚJO;
Surrupiaram até, meus irmãos pesqueirenses, vejam só, pasmem, os CANOS DA TURBINA DA FRÁBICA PEIXE.

Enfim, agora, de quatro e quatro anos, os CURURUS DE TROVOADAS vêm e levam os nossos votos e nada dão em agradecimento à Cidade, ao seu povo, para que possa ele ter uma melhor qualidade de vida. Prometem e prometem, mas não cumprem a palavra. CADÊ A ÁGUA? CADÊ A ESTRADA DA MUTUCA? CADÊ A BIODIESEL, FUNCIONANDO? CADÊ A ESTADUALIZAÇÃO DO HOSPITAL LIDIO PARAÍBA? CADÊ O TÃO ANUNCIADO SESC (SENAC)? CADÊ O NOVO MATADOURO PÚBLICO? CADÊ UMA FACULDADE UPE? CADÊ O ESTÁDIO JOAQUIM DE BRITO, À ALTURA DAS NOSSAS TRADIÇÕES FUTEBOLÍSTICAS? CADÊ O PRIMEIRO EMPREGO PARA OS NOSSOS JOVENS? CADÊ UMA INDÚSTRIA DE PESO QUE DÊ EMPREGO AO NOSSO POVO? CADÊ O ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL, PARA PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA?

NÃO PODE FICAR SEMPRE ASSIM, DESSA VEZ VAMOS PROTESTAR. VAMOS ÀS RUAS DE FORMA ORDEIRA, PACÍFICA, SEM VIOLÊNCIA, SEM VANDALISMO.

VAMOS COMEÇAR EM DEFESA DA NOSSA BANDA DE MÚSICA. CANSAMOS DE TANTOS DESCASOS, DE TANTAS FRUSTRAÇÕES. DE TANTAS PROMESSAS.

Pela Banda de Música, vamos sair cantarolando pelas ruas da cidade, batendo à porta de cada casa, convocando cada pesqueirense para que lute, proteste a fim de que possamos continuar vendo a banda passar tocando e cantando coisas de amor..., para ver ‘...a marcha alegre (que) se espalhou na avenida...’, continuar viva espalhando cada vez mais alegria pelas vielas, becos, travessas, ruas, avenidas e praças da nossa terra querida...
Vamos insistir, como insistiu a marcha alegre; não vamos deixar que a lua cheia fique escondida. Vamos fazê-la surgir de novo, vamos enfeitar a cidade enfeitada de novo, sim, “...Pra ver a banda passar cantando coisas de amor...”:

(...) A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor (...)

Não abriguemos o desencanto, que não é só meu, mas de todos, de toda a cidade. Esse desencanto vai magoar a história da nossa terra, dos nossos antepassados. Não permitamos, portanto, ouvir o refrão da saudade, que diz:

(...) Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou (...)

REAJAMOS, PESQUEIRENSES! REAJAMOS! LUTEMOS PESQUEIRENSES! UNAMO-NOS COM A JUVENTUDE E VAMOS ÀS RUAS PROTESTAR. VAMOS ÀS RUAS DIZER QUE BASTA DE TANTO DEBOCHE PARA COM PESQUEIRA.

JÁ PERDEMOS MUITO PELO NOSSO COMODISMO, PELA NOSSA COVARDIA PARA COM A TERRA MÃE. VAMOS GRITAR BEM ALTO, JUVENTUDE, COMO DISSE O PAPA FRANCISCO: “NÃO SEJAIS COVARDES”.
            SE BANDA PAROU! PERGUNTEMOS: PAROU POR QUÊ? PORQUE PAROU?
            ORA, TODOS NÓS SABEMOS QUE FOI POR FALTA DE APOIO PARA VER A BANDA PASSAR.

PREFEITO EVANDRO, SENHORES VEREADORES, COMUNIDADE PESQUEIRENSE, NÃO DEIXEMOS A BANDA PARAR.
PREFEITO EVANDRO SEJA O PEDIATRA MAIOR DA BANDA DE MÚSICA, POIS ELA É FEITO A LENDA, NUNCA ENVELHECE.
Não permita, portanto, PREFEITO EVANDRO ouvir o refrão da saudade, da dor, do descaso, que diz:

(...) Mas para meu desencanto
O que era doce acabou (...)
A BANDA JOSÉ BEVENUTO, PAROU... E AGORA JOSÉ, PARA ONDE?...

É isso aí! Em abril passado a última tocada. Os fardamentos dos músicos lavados, passados e dobrados foram guardados nos cabides e guarda-roupas de seus lares. Hoje, os músicos com cabelos em desalinho, sapatos sem o brilho das festivas apresentações.
            Os instrumentos silenciaram! Sim, silenciaram! No armário da saudade repousam polidos os TROMPETES, o TROBONE DE VARA, a TROMPA, a TUBA, a FLAUTA, o CLARINETE, o OBOÉ, o FAGOTE, o PANDEIRO, a CAIXA DE RUFOS, os PRATOS, etc.
            E hoje? Hoje, só ouvimos o eco dos dobrados pelas ruas de Pesqueira, de quando a banda passava, trazendo alegria para o povo pesqueirense e os seus convidados.
            No dia 7 de setembro, A BANDA DE MÚSICA, abria a parada cívica. Na procissão de Santa Águeda, emocionava a todos, saudando a virgem mártir, a padroeira da Cidade de Pesqueira, que no início de tudo já foi denominada de Pesqueira de Santa Águeda.
            A nossa banda, de tantos admiráveis maestros, desde os memoráveis tempos dos Maestros Tomaz de Aquino Maciel, Assis Caboclo e José Bevenuto, entre outros, e recentemente do nosso querido Maestro Victor Brito, sempre contou com um repertório eclético.
            Os seus músicos trabalhados pelos maestros, com maestria evidente, desfilavam, garbosamente pelas ruas da cidade, a entoar valsas, polcas, choros, tangos, maxixes, sambas e marchas, entre outros gêneros, mas especialmente os dobrados.
            Lembro-me das saudosas retretas nas noites de verão no coreto da praça dom José, com a banda executando liricamente o seu eclético repertório. Eram as chamadas “RETRETAS DE VERÃO”.
            PESQUEIRENSE ACORDAI! A BANDA NÃO PODE PARAR! O QUE FAZER ENTÃO PARA A BANDA NÃO PARAR DE VEZ?

Para tudo é possível encontrar uma solução. Como diz o ditado: “só não tem jeito pra a morte”. Mas, a morte da nossa banda musical é possível de ser evitada.

Como?

Em primeiro lugar, através da união da Cidade e do seu povo para cobrar de quem de direito.
Sem segundo, penso, que através da criação, por lei, de uma Fundação de Direito Público vinculada à Secretaria de Cultura do Município, com autonomia para um modelo de gestão própria que estabeleça metas, objetivos, formando um patrimônio próprio e um fundo financeiro permanente, por meio de dotações públicas e recursos privados, feitas por meio de pessoas físicas e jurídicas, bem assim pela arrecadação de receita própria, através de cobraças do cachê de apresentação, tudo controlado por uma diretoria, eleita conforme estatuto e regimento interno, a qual será controlada por dois conselhos, sendo um deliberativo e outro fiscal, a fim de controlar suas finanças e patrimônio, necessária, também, para que a fundação atue com total transparência dos seus atos.
            Também, com a participação do governo do Estado, mediante convênio com a Fundarpe, ou outro organismo ligado à preservação da cultura, e dos valores artísticos. No mesmo sentido, o governo federal.
            O que precisa mesmo é juntar um grupo de estudo, sentar à mesa e discutir o assunto, com seriedade e interesse, com competência e honestidade, com vontade política, com sensibilidade da alma e do coração de pesqueirense.
            Outra idéia seria criar um Departamento na atual Fundação Zeferino Galvão, já que a mesma é de direito público, com o título de DEPARTAMENTO INSTRUMENTAL BANDA DE MÚSICA MAESTRO JOSÉ BEVENUTO – (sugestão), para administratar a banda.
            Se esse modelo não for acatado pelo poder público municipal, vamos propor a criação de uma fundação de direito privado, com regulação através de estatuto, diretoria, conselhos deliberativo e fiscal, mas que todos participem inclusive o comércio, a indústria, os clubes de serviços, a exemplo do Rotary e outros mais, também dos profissionais liberais e da comunidade como um todo.
            EU ACREDITO NA CRIAÇÃO DA “FUNDAÇÃO BANDA DE MÚSICA MAESTRO JOSÉ BEVENUTO, SEJA DE CARÁTER PÚBLICO OU PRIVADO”.
            EU ACREDITO, igualmente, QUE OS BANCOS INSTALADOS EM PESQUEIRA, CAIXA ECONOMICA, BANCO DO BRASIL, BANCO DO NORDESTE, BRADESCO, SANTANDER e ITAÚ, COM A APRESENTAÇÃO DE UM PROJETO CONSISTENTE, EFETIVO, RESPONSÁVEL, AJUDARÃO A SALVAR A BANDA DE MÚSICA DE PESQUEIRA, MAESTRO JOSÉ BEVENUTO.
            EU ACREDTIO! SIM, EU ACREDITO! ACREDITE VOCE, TAMBEM. VENHA COM A GENTE.
            O importante é que tenhamos um modelo de gestão competente e que salvemos a BANDA, que NÃO deixemos a BANDA À TOA NA VIDA, QUE PERMITEMOS, SIM, A BANDA PASSAR CANTANDO,  
(...) Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor (...)

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