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quarta-feira, 6 de junho de 2012

CANETADAS ON LINE













Jurandir Carmelo

Pesqueira, sábado, dia 02 de junho de 2012.



Do Mural do Facebook do meu amigo e Diretor da Escola de referência de Pesqueira, Professor Danielzinho, extraio a seguinte nota:


O governador Eduardo Campos disse, dia desses, em evento no município de Sertânia, uma frase que merece destaque.

Dizia ele que já tinha visto candidato POBRE ganhar eleição; candidato RICO perder eleição. Mas o que nunca tinha visto era um frouxo ganhar eleição.


Que, pra vencer uma eleição é preciso muita coragem, disposição e muito trabalho. Nao se faz campanha sem dinheiro. Mas erra crucialmente quem acha que política é dinheiro.


É preciso estar sintonizado com o povo; compreender as dificuldades, saber ouvir. Exercer sua liderança com humildade, como um empregado do povo.


O maior líder da história tinha um jumento como transporte e uma coroa de espinhos como adereço.


Foi muito feliz o governador Eduardo, nos seus comentários sobre campanha política. Já participei de diversas campanhas, tanto a nível majoritário quanto a nível proporcional, tanto a nível estadual quanto a nível municipal. Nelas já vi de tudo!


O que mais me impressiona é que tem muita gente que só fala em dinheiro. E não é o povo que vai atrás do dinheiro. São os intermediários do voto, os que negociam o voto do eleitor, mas na verdade, muitos deles, ficam com o dinheiro, ou parte do dinheiro. Não vou dá nomes aos bois!


Tem mais! Muitos deles procuram vender o que não têm, ou seja, o voto. Para mim, mesmo com dinheiro, o voto se conquista não se compra, o que se compra são os cabos, sargentos, tenentes, majores, capitães e coronéis eleitorais. E esses são muitos, e todos cheios de direitos, cheios de votos. Muitas das vezes não conseguem voto nem mesmo em casa, junto à família. É uma vergonha!


Certa vez candidato a deputado estadual, para ajudar o hoje governador Eduardo Campos, aqui em Pesqueira, enquanto Deputado Federal, eleições de 2002, chega um desses coronéis (o termo reúne todos) à minha casa, e me disse: Dr. Jurandir tenho uns 350 votos para o senhor. Quantos? 350, respondeu ele. Ótimo! Vamos fazer o seguinte: Eu retiro a minha candidatura e apresento voce como candidato. Desconversei. Pura balela!


“SEU NECO TENÓRIO”


Isso nos faz lembrar uma campanha que “seu” Neco Tenório coordenou aqui em Pesqueira, quando o prefeito era Luiz Neves. Ferrenhos adversários (mas se tratavam com urbanidade, coisa difícil hoje em dia. Hoje não se tem adversário se tem inimigo. Ah, Pesqueira!). “Seu” Neco (ex-prefeito) queria que o seu candidato fosse o majoritário na Cidade. O candidato a deputado federal era o Joaquim Coutinho.


Passadas as eleições, eleito para a Câmara Federal, Joaquim Coutinho, manda avisar ao “seu” Neco que viria à Pesqueira para agradecer a votação. E assim foi!


“Seu” Neco mandou preparar um almoço (em sua casa) e convidou vereadores e outras lideranças que trabalharam na campanha. Sentados à mesa, “seu” Neco começa apresentar um a um, e o deputado pergunta a cada um deles. Como foi a campanha? Foi boa! Respondia os seus interlocutores: Muito trabalho. Meu trabalho foi grande, mas graças a Deus, recompensado, pois lhe arranjei 300 votos. Parabéns colocava o deputado! E assim foi com cada um. “Seu Neco” sentado à cabeceira da mesa, com lápis e papel na mão, fazendo as anotações, 300, 150, 500, 200, 600, e por aí afora. O deputado olha para seu Neco, e pergunta: E voce Neco, quantos votos? Ao que “seu” Neco respondeu: “somei a conta dos votos que deu 1.650 votos - (aqui, números imaginários). Como a conta já passou dos votos que voce teve em Pesqueira, 1.220, não te dei nem meu voto”. Estou a dever!


Aqui em Pesqueira tem um bocado de história dessa espécie. E o candidato que se vire, arranje dinheiro seja lá aonde for, e como for. Uma verdadeira exploração! Um deboche! Talvez aí a importância dos “Carlinhos Cachoeiras” da vida! Aqui em Pesqueira temos os nossos “Carlinhos Cachoeiras”!


Já trabalhei com políticos que tinham dinheiro, outros que não tinham nenhum vintém. E em qualquer situação, tem que ter coragem, tem que levantar cedo, dormir tarde, e pé na estrada. O governador tem razão!


ELEIÇÃO DE 1982. PESQUEIRA...


Lembro-me das eleições de 1982, quando coordenei a campanha de Eduardo Gomes, para deputado estadual. Uma campanha vitoriosa, marcada por muito dinheiro. Mesmo assim, o candidato pegava estrada a toda hora. Fazíamos até cinco a seis comícios por dia, em diversas cidades. Francisco Farias (Chico) tomava conta de uma parte. Era o coordenador do barulho. Chico resolve o problema desse cara aí! Chico entrava: “que é isso meu irmão. Vai maneiro. Oxê!”.


Laurene Martins era o coordenador musical. Contratamos a bandinha de Jotinha da sanfona. Sertão adentro, percorríamos diversas cidades. Laurene Martins tinha um caderno com diversas composições de musicais, eleitorais. Composições suas!


Lá vamos nós para Belém do São Francisco. Jurandir, como é o nome do candidato? É Tadeu Sá, Laurene, respondia! Ele procurava uma letra e música que servisse para o candidato. Jurandir, dizia Laurene o mestre Laurene Martins! Acho que a música de Assis Moura de Pesqueira se encaixa bem para o Tadeu.


Eis a letra da música de Assis Moura: Assis Moura, Assis Moura, nossa bandeira de guerra. Assis Moura, Assis Moura vamos salvar nossa terra (...) e por aí vai, ia, melhor dizendo.


Eis a letra da música de Tadeu Sá: Tadeu Sá, Tadeu Sá, nossa bandeira de Guerra. Tadeu Sá, Tadeu Sá, vamos salvar nossa terra (...).


O ônibus que levava a caravana, também “ônibus de som” vinha pela estrada com o pessoal ensaiando e já entrava na Cidade com Jotinha e Laurene, tocando e cantando.


Laurene Martins participou de diversas campanhas em Pesqueira, e na de Eduardo Gomes pegou a estrada, com letras e músicas simples e fáceis de decorar. Essa criatividade é um dos pontos importantes de uma campanha política.


É preciso dinheiro? É, mas para bem investir na campanha. Não desperdiçar como Eu vejo aqui Pesqueira, quando se joga o pouco dinheiro que se tem no ralo da incompetência e da inconsequência, quando não se desvia da sua finalidade, para fins escusos.


Voltando à campanha de 1982. Eleito deputado estadual com significativa votação, mais de 32.000, Eduardo Gomes não soube trabalhar as bases, os compromissos assumidos. Candidato à reeleição, também com dinheiro, não se reelegeu. A prova de que dinheiro não é tudo. Assiste razão, portanto, ao governador Eduardo!




1996. GRAVATÁ, O NEGO BOM!


Em 1996, trabalhei na campanha do saudoso amigo Silas Salgado, para prefeito de Gravatá. Apesar de ser o candidato do prefeito Luiz Prequé (a avaliação de Prequé não era lá essas coisas), o candidato Silas tinha apenas 3% da intenção de votos, como apontavam as pesquisas logo após a convenção.


Mandaram-me buscar. Fui passar um final de semana passei nove meses, uma gestação, mas nasceu um prefeito. De uma pobreza franciscana, Silas tinha como companheiro de chapa, outro pobre, o Aluízio Lorena. Só não nos faltava comida, pois Aluizio era dono do Restaurante Faisão Dourado. Mas, as dificuldades eram muitas, partimos então para fazer um programa de trabalho inovador.


Vamos andar na cidade. Vamos andar de manhã de tarde e de noite. Vamos adentrar nas madrugadas. A ordem era essa! Andar de manhã de tarde e de noite, de domingo a domingo. Três meses nesse rojão. Um fato que deve ser evidenciado. Utilizamos bem o Guia eleitoral. Propostas, propostas, nada de agressão.


Certo padre, que havia sido prefeito de Gravatá (que Deus o tenha) agredia Silas, taxando-o de NÊGO RUIM. “Gravatá não pode ser administrada por um NÊGO RUIM!”. Bradava o padre nos comícios de seu candidato (João Batista). Silas era negro, sim senhor! Mas, não era e nunca foi, um NÊGO RUIM. Pois bem, como reverter essa situação.


Nas segundas-feiras parávamos a campanha para uma avaliação, traçando metas mais ousadas, buscando trilhar o caminho do eleitor, focando um discurso uniforme, fundado no futuro de Gravatá. Analisávamos os erros, corrigindo-os em seguida. Motivávamos a militância. Mudávamos o roteiro disso ou daquilo. Tínhamos que avançar. Tínhamos pressa! A campanha política, em seus noventa dias, muitas vezes é curta para se reverter um quadro. É Comum se ouvir: “mais uma semana a gente ganhava a eleição”. Assim sendo, tínhamos que utilizar bem a agenda. Primeiro: Os candidatos majoritários têm que ficar livres, dispor de tempo. Segundo: Os problemas não podem lhes ser levados. Alguém tem que ser nomeado “bombeiro” para apagar possíveis “incêndios” internos, o que é comum em qualquer campanha.


Voltando às segundas-feiras. Como diria o poeta Vinícius, “...de repente não mais do que de repente...”, passa em frente ao restaurante em que nos encontrávamos (“O BAR DO FIGUINHO”), uma senhora empurrando um carrinho de mão, cheio de NEGO BOM. De logo chamei a distinta senhora. Comprei diversos saquinhos de NEGO BOM. Voltei ao Restaurante, coloquei-os sobre a mesa, e disse: Está aí a resposta ao Padre de Gravatá. A campanha a partir de hoje, muda o tema, passando o mote a ser GRAVATÁ PRECISA DE UM NÊGO BOM, NA PREFEITURA!


A Cidade de Bezerros, que é, talvez, a maior produtora desses docinhos, que são feitos a partir de bananas, açúcar e limões, e enrolados em um papel transparente, nunca vendeu tanto NEGO BOM. Compramos quase toda a produção de NEGO BOM durante a campanha. E o custo barato! Àquela época podíamos fazer brindes. Mandamos confeccionar uns saquinhos com o número 40, enchíamo-los de NEGO BOM e distribuíamos nos comícios, nas ruas, nas escolas, em toda parte, principalmente na reta final da campanha.


Em um comício, com a presença do saudoso Dr. Miguel Arraes, então governador, quando Ele se aproximava do palanque foi uma verdadeira chuva de NEGO BOM, jogado de pontos estratégicos sobre uma plateia de mais de 10.000 pessoas. A vitória de Silas se consolidava a cada instante.

Silas era um cara humilde. Se Obama o conhecesse, com certeza diria: ESSE É O CARA! Silas treinava para falar nos comícios. No quarto do hotel onde morei, durante esse período, tinha todo o aparelhamento necessário. Lá treinávamos o Silas. Eu fazia um discurso e Ele repetia. Bom aluno, logo dominou o microfone.


Existia uma frase, com a qual ele encerrava os guias eleitorais e os comícios: “deixo com vocês uma partícula do meu coração”. E emotivo muitas vezes chorava, quando dizia do palanque: Gravata me conhece. Eu não sou um “NEGO RUIM”, Eu sou o NEGO BOM QUE VAI GANHAR AS ELEIÇÕES E VAI GOVERNAR GRAVATÁ! Não deu outra, apesar dos destroços administrativos. Mandavam por Ele. Teve quer renunciar para não ser cassado. Um quadro doloroso, porque um NEGO BOM!


O que quero dizer com isso é que na política é preciso dinheiro ninguém tenha dúvida disso, mas a criatividade, a garra dos militantes, dos candidatos (principalmente desses), é fator primordial para a vitória.


EM 2004 OS “COMUNISTAS” GANHARAM EM SANHARÓ... A MACACADA DO CÉSAR AUGUSTO...


Em 2004, ajudei na campanha de César Freitas (Primeiro mandato), que concorria ao cargo de prefeito de Sanharó, com o primo Rannieri, filho de Bibi, que tentava a reeleição. Bibi, muito forte no Município tinha o controle da prefeitura por muitos anos. Bibi foi prefeito e elegeu o sobrinho Eduardo Geovane de Freitas (1996) depois o filho Rannieri Aquino de Freitas (2000) e que tentou a reeleição (2004). César entendia que era chegado o seu momento, mas Ranniere não abria mão, levando César a se filiar ao “PC do B” e disputar com Ele a eleição (2004).


Aliás, foi na filiação de César que o conheci. Fui seu advogado, pois haviam transferido o título de César para São Bento do Una. César nem sabia disso. Uma grande surpresa! Uma triste notícia! Aprovado o seu nome na convenção, na hora do registro da candidatura, cadê César eleitor de Sanharó. Foi um corre-corre danado, mas conseguimos reverter o quadro, já em cima da hora, na última hora. Por decisão judicial volta César a condição de eleitor de Sanharó e sai candidato e ganha as eleições municipais.


Na política é preciso ter muito cuidado. Existe nela, a chamada noite de São Bartolomeu (...Nas primeiras horas da madrugada de 24 de agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real (...).


É preciso muita atenção, é preciso ter “um olho no padre outro na missa”, pois de repente quando amanhece o dia, o candidato não é mais candidato.

Vejam estimados leitores, o que o PT está fazendo com o prefeito João da Costa. A ganância de alguns se sobrepõe a razão. João Paulo e Humberto Costa estiveram juntos durante toda a administração de João Costa, criando todo tipo de dificuldades. Cercearam o direito de JC administrar o Recife, buscando destruí-lo política e administrativamente. Uma vergonha! A meu ver a administração de João da Costa dá de 10 X 0 na administração de João Paulo, que nem cuidou do Recife, muito menos das pessoas.


Voltando a Sanharó. Assim se deu com César Freitas. Filiado ao PC do B de Sanharó, de repente não era mais eleitor no Município. Haviam transferido o seu título para São Bento.

E essas coisas que acontecem em política são todas tramadas, adredemente preparadas. Aqui mesmo em Pesqueira, pessoas que eram filiadas ao “PC do B”, inclusive afiliados de muitos anos, não são mais afiliadas à legenda. Sumiram com as filiações, como ocorreu com o jovem empresário Edvonaldo Torres (o dono do castelo). Isso revolta às pessoas. Isso não é pratica política recomendável. O caminho a se percorrer não é esse. É lamentável que uma pessoa que investe tanto em Pesqueira, como o Edvonaldo, seja tratado dessa forma. Mais: até porque, Ele é um dos fundadores do “PC do B” de Pesqueira.

Pior, ainda, dias outros, no ano passado, lhes prestaram uma homenagem, uma grande homenagem, no Hotel Cruzeiro, com a presença do deputado federal Protógenes Queiroz, para logo em seguida desfiliá-lo da legenda. E aqui se diga ser comunista naquela época era preciso TER CORAGEM, como bem disso o governador Eduardo, no mesmo sentido, em relação aos candidatos, com seguinte pronunciamento: “...Pra vencer uma eleição é preciso muita coragem, disposição e muito trabalho...”. Toda a minha solidariedade ao Edvonaldo!


Voltando à campanha de César Augusto e Nelbinho (2004). Pense numa campanha de lisos. Dinheiro só tinha mesmo para o mínimo necessário. Muitas vezes nem para o mínimo necessário.


Mesmo lisos, sem quase nenhum vintém, César e Nelbinho saíram vitoriosos. A chapa era boa. Os candidatos se entendiam, porque havia afinidade entre um e outro. Não adiante se colocar um vice que não se entenda com o prefeito. É um casamento, tem que haver renúncias e compromissos, até porque ninguém é candidato de se próprio. A ninguém o direito de impor o seu nome, a sua própria candidatura. Agindo assim, prova a ganância, além de promover a deselegância. Essa história que Eu quero ser prefeito ou vice a todo custo, não leva a nada, a não ser a derrotas.


Aqui em Pesqueira, nesse sentido, já tivemos vários exemplos. O último foi na eleição passada (2008) quando o meu amigo Arnaldo Chalegre, equivocadamente, queria ser prefeito de todo jeito, quando deveria ter sido o vice do Dr. Evandro, o que de certa forma levou as oposições à derrota. Porém, esse não foi o único motivo, foi o mais forte, é verdade, mas existiram outras razões, fortes razões, sem que os culpados assumam as culpas, até porque quando se ganha uma eleição todo mundo fez isso e fez aquilo, tudo mundo é vencedor. Mas, quando se perde a eleição se procura culpados, o dedo indicador gira para todos os lados, recaindo quase sempre nos candidatos majoritários.


Voltando a Cesar Augusto. Saiu vitorioso! Por quê? Porque partiu para o corpo a corpo com o eleitor. Porque discutia com a população e o eleitor, a necessidade de profundas mudanças na vida administrativa de Sanharó. Abraçava o povão, com ele dividia as tristezas, as alegrias e as esperanças em dias melhores para a Cidade das Abelhas, àquele momento transforma na Cidade dos “Macacos”. Dos “macacos” de César!


Na campanha, existia um agravante! César era do “PC do B”. Meu Deus, votar em comunista, diziam muitos! E na verdade, para uma cidade conservadora como Sanharó, votar em comunista era negócio do outro mundo.


Sem dinheiro, partimos para criar alguma coisa. Tínhamos que utilizar todos os espaços. Pela primeira vez na história Sanharó era contemplado com o Guia Eleitoral. A minha casa, aqui em Pesqueira, se tornou o escritório do pensamento uniforme da campanha. Traçávamos estratégias! Preparávamos o Guia Eleitoral. No Guia, só propostas. Nada de agressão! César e Nelbinho (seu companheiro de chapa) já não aguentavam mais, pois seus adversários batiam forte. E como batiam!


Em determinado dia, chegam os dois à minha casa. Queremos um Guia respondendo esses ataques. Isso não pode ficar de graça. Não pode ficar assim! Exclamavam um e outro. Certo, respondi! Trouxeram-me até um tema, um mote, escrito a mão, em uma caixa de papelão. Era pancada pra tudo que é canto. Em outras palavras: Porrada mesmo! O Guia era gravado a noite, sob a responsabilidade do radialista Luiz Marques e o técnico em gravações Edson Roberto, da rádio jornal de Pesqueira, em estúdio contratado, fora dos quadrantes da Rádio, e também, fora do expediente da emissora.


E agora, perguntava-me? Não vou permitir essa resposta de jeito nenhum. Desconversei. Sentados à mesa, mandei servir um aperitivo. Ficaram a beber. Fui para o escritório, chamei a professora Gilcéia (minha cara metade), e lhe pedi para colocar um pouco da feminilidade no Guia dedicado às Mulheres sanharoenses. Era o tema que havia escolhido para a data. De repente voltei para a mesa. Ficamos bebendo, entre umas e outras, com o tempo passando, e César perguntando. O guia tá pronto! Tá no forno. Aguarde!


Comecei pensar em uma saída. De repente, novamente, de repente (grande Vinícius, um dos meus inspiradores), perguntei ao César por Águeda, sua esposa. Ele respondeu: está em Sanharó! Muito bem! Chamei o motorista e mandei buscá-la. Vá a Sanharó e diga a dona Águeda que César tá chamando-a aqui em Pesqueira. Isso é urgente! Algum tempo depois, chega Águeda e pergunta ao César: O que é que voce quer com tanta pressa? Eu, diz César! César lhe dirige a palavra, e pergunta: O que voce está fazendo aqui? Ora, foi voce quem mandou me chamar! Tomei a palavra e assumi a presepada. Quem mandou lhe chamar fui Eu, disse-lhe! Como não tenho essa autoridade mandei dizer que era o César. Vá para o escritório que dona Gilcéia esta precisando de voce para terminar o Guia das Mulheres. Tem mais: É voce quem vai gravar o guia de hoje. Como? A senhora ouviu e o senhores também! Eu? Sim senhora! Eu nunca fiz isso na minha vida. Nunca falei em rádio. Não vai dá certo! Se vire! (hoje eu diria: se vire nos trinta). A senhora é neta de NECO TENÓRIO. Tem o DNA do velho Neco, e tem política no sangue, o DNA é bom! Resultado: o guia foi um sucesso, chegando ao ponto que teve que ser repetido. Nota: talvez tenha sido em nível de Brasil, a primeira vez que a esposa de um candidato se fez presente num Guia Eleitoral.

Para mim, é assim que se faz política, ou seja, na luta, na garra, na vontade, na busca do voto, na criatividade. Dinheiro é preciso, é! Sem dúvida que se precisa de dinheiro, mas como bem disse o governador Eduardo: “O maior líder da história tinha um jumento como transporte e uma coroa de espinhos como adereço”.


DAS AGRESSÕES, INÚTEIS, BANAIS E DESCABIDAS...


Lembrando o nosso Laurene Martins, em uma das suas composições: “...quando o povo quer que mesmo...”


Quando César era agredido pelos adversários, procurávamos dar uma resposta amena, com atitudes, desviando do foco agressivo, ou ficávamos no silêncio (outra arma que endoida o adversário). Mas, é preciso saber a hora de se ficar em silêncio, como necessário se faz ter a certeza do que se deve falar. Em campanha, uma palavra, um gesto mal colocado, derruba todo um trabalho.


Quem não se lembra da “banana” dada (em Boa Viagem, Recife) pelo candidato a prefeito Dr. Roberto Magalhães? Quem não se lembra de que o mesmo Dr. Roberto Magalhães entrou em uma redação de um jornal para tomar satisfação com um jornalista. Esses gestos abalaram profundamente a sua campanha, até porque não era esse o seu perfil. O seu perfil sempre foi de um Homem educado, honrado, de um político sério, enfim, um Homem de bem! Um político FICHA LIMPA! Nunca votei em Dr. Roberto, mas sempre tive admiração e respeito pela sua vida pública. É por isso que sempre recomendo: um candidato tem que andar com um “bombeiro” ao lado, como também, tem que ter um “guerrilheiro” para assumir determinadas situações.


Voltando a César Augusto. Taxavam-no de Vaqueiro, para diminuí-lo. Dizia-o despreparado, porque Ele não tinha um diploma de doutor. O outro tinha. Taxava-o de “Macaco”, porque o número do PC do B era 65 que coincide, no jogo de bicho, com a dezena de milhar 65, macaco - (também, 66, 67 e 68).


Aproveitamos a agressão. O “macaco” passou a ser o símbolo da campanha. O radialista Luiz Marques, que contratamos para fazer a campanha, começava apresentar os comícios com o grito: BOA NOITE MACACADA! BOA NOITE MACACADA. Os macacos de César pulavam e pulavam diante do palanque. A terra da abelha virou por um período a terra dos “macacos”, dos macacos de César, melhor dizendo. No dia da vitória, era gente pulando igual a macaco. Passava gente de todo lado, pulando, fazendo macaquice. Candidato à reeleição saiu vitorioso, mas a história já é outra.


Estimados leitores de Canetadas.

São essas oportunidades que podem virar uma campanha, que podem levar um candidato à vitória. É preciso, também, que o candidato brigue, lute, vá ao encontro do eleitor. O eleitor quer ver o candidato, o seu candidato. “Hoje Eu falei com o meu candidato, Dr. Evandro”. E aí como Ele está? Pergunta um interlocutor. Tá animado e me pediu o apoio, disse-me que a gente precisa tirar Pesqueira dessa situação vergonhosa em que se encontra. O nome de Pesqueira e dos gestores de hoje, vivem empilhados nas prateleiras do Judiciário brasileiro.


É nesse contato direto entre o candidato e o eleitor que se faz política, que se passa confiança, fazendo com que o eleitor se anime e se insira de corpo e alma na campanha. O candidato tem que ir ao seu encontro. O resto é o resto!


Concordo com o governador Eduardo Campos: “não se faz campanha sem dinheiro”, mas é preciso que além do dinheiro o candidato queira ser candidato, que levante cedo que visite os bairros, as ruas, as escolas, o comércio, enfim, que trabalhe para ser candidato, que trabalhe para ser vitorioso. Mais: que o grupo de trabalho seja unido, que deixe em casa as diferenças. Aqui em Pesqueira, existe esse tal de disse me disse, que revolta. Faço um chamamento aos que se dispõe a apoiar o Dr. Evandro Chacon: Vamos nos unir. O adversário está no palanque de lá, não no palanque de cá. O adversário está no outro lado não ao seu lado. É hora de entender isso, de forma definitiva. É hora de calçar a sandália da humildade, do respeito entre os companheiros. Tem mais, todo mundo quer ser vice. Quem não quer ser vice de um bom candidato, mais ainda, de um candidato FICHA LIMPA, como é o Dr. Evandro. Mas, é preciso calma, é preciso diálogo, compreensão, até porque só existe uma vaga.


Por fim, tenho outras histórias sobre campanhas políticas, as quais logo mais estarão em um dos meus livros, ainda em construção, mas graças a Deus em fase de fechamento. O livro é como uma árvore se planta e se aguarda o momento da colheita. Não tenho pressa!


Venha com a gente. Se voce mora fora de Pesqueira, da sua terra, e não vota aqui, mas gostaria de ver Pesqueira se reerguer, de ver Pesqueira sair dessa situação inconfortável em que se encontra, venha participar da campanha. Mesmo de longe voce pode se fazer presente. Use a internet, por Email, pelo Facebook, pelo twitter, ou até mesmo por telefone. Peça a um familiar seu, a um seu amigo, a um conterrâneo seu para votar em Dr. Evandro Chacon. Ele não vem como salvador da pátria, mas no momento atual é o melhor candidato, e tenha certeza: É FICHA LIMPA!


(Jurandir Carmelo: pesqueirense, jornalista e advogado).



Nota do autor: Não sou afiliado a nenhum partido, da mesma forma que não sou candidato. Brigo por minha terra por dever e gratidão, até porque nascer pesqueirense é uma dávida, de Deus é claro!





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