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quarta-feira, 20 de julho de 2011

ÁRVORE É VIDA

As árvores das três postagens acima, são da entrada da cidade de São José do Belmonte/PE. Se imagine passeando ou indo às compras e encontrar árvores frondosas para lhe dá sombra.

Agora, caia na real e se sinta em Pesqueira/PE, na entrada da cidade, com as árvores nesta situação:
Vejam que não há necessidade de podarem as árvores da entrada da cidade desta maneira. As algarobas estão em um local fora de fiação elétrica. Confiram na imagem, os fios passam longe.

CONHEÇAM A ÁRVORE ALGAROBA
ORIGEM
"As sementes das vagens de algarobeira, originaria dos Andes no Peru, espalhou-se pelo México, sudoeste dos Estados Unidos, Índia, África do Sul e Austrália, Jamaica e Havaí."

NO BRASIL
"Segundo Azevedo, citado por Gomes (1999), as sementes da algarobeira foram introduzidas no Brasil especialmente no nordeste em 1942, no município de Serra Talhada, sertão de Pernambuco, por itermédio da Secretaria de Agricultura deste estado, por recomendação do J. B. Griffing, diretor da Escola Superior de Agricultura de Viçosa Estado de Minas Gerais. Estas sementes foram ali plantadas pelo agrônomo Laurindo Albuquerque e as primeiras mudas tiveram o cuidado do, também Agrônomo, Lauro Bezerra, que as transportou para o local definitivo. Dessa primeira tentativa não se tem informações o seu sucesso o que demonstra que há fortes indícios de que tenha fracassado."

NA PARAÍBA
"Na Paraíba foi introduzida pela primeira vez, na cidade de Serra Branca, no Cariri Paraibano. As primeiras mudas de algarobeira foram trazidas para a região, pelo então engenheiro agrônomo Dr. Inácio Antonino Gonçalves como é carinhosamente conhecido em toda região.
Um homem de 85 anos, que dedicou toda a sua vida às ciências agrárias, é responsável pela introdução das algarobeiras na Paraíba, a partir do Cariri. No início, foram apenas algumas mudas, reproduzidas a partir de minguadas sementes. Hoje, são mais de l0 milhões de pés em todo o Estado, principalmente no Cariri, de onde a espécie Prosopis juliflora foi disseminada para outras regiões da Paraíba e do Nordeste, através do engenheiro agrônomo Inácio Antonino Gonçalves, que reside em sua fazenda na zona rural de Serra Branca, a 208 km da Capital."

"Corria o ano de l942, quando o agrônomo Greefen foi convidado pelo governo brasileiro para fundar a Escola de Agronomia do km 47, na estrada que liga o Rio de Janeiro a São Paulo.
Ao passar pelo Peru, Greefen desceu no aeroporto de Piura, uma região desértica próxima dos Andes, e ficou admirado com o arbusto que permanecia verde, apesar das poucas chuvas que caíam por alí.
Greefen aproximou-se do vegetal, colheu 34 sementes e colocou-as no bolso do sobretudo. Trouxe as sementes para o Brasil. Ao passar pelo Recife mostrou-as ao governador Agamenon Magalhães, que mandou plantá-las na Estação Agrícola Experimental de Serra Talhada (PE).
Os agrônomos pernambucanos foram instruídos por Greefen a cultivar as sementes em torrões paulistas (solos adubados meio-a-meio com estrume curtido de boi misturado com terra vegetal). Aclimatadas em sacos com furos, que permitiam a drenagem do excesso de água, as sementes vingaram e transformaram-se nas primeiras mudas.
Os vegetais em crescimento atraíam os olhares curiosos das visitas. A Estação Agrícola Experimental de Serra Talhada passou a receber visitas de pesquisadores e proprietários de terras.
Foi a partir daí, já no ano de l952, que as primeiras sementes de algarobeiras chegaram à Paraíba, transportadas pelo então deputado estadual Tertuliano de Brito.
Ao chegar a Serra Branca, retornando de uma viagem a Paulo Afonso (BA), onde fôra em visita juntamente com outros deputados, Brito, que trazia no bolso algumas sementes da algarobeira, foi logo perguntando: ô Tavares, tu sabes onde anda Antonino? Tavares, que era agrônomo do Ministério da Agricultura, indicou Antonino com um gesto da mão. Brito, exultante, entregou as sementes vegetais a Antonino, que cuidou de plantá-las para futuras experiências (A União, 2004).

Pioneiro na luta pela implantação dessa cultura no por todo semi-árido da Paraíba, contava meu pai que Dr. Inácio fazia pessoalmente a distribuição das mudas de casa em casa, conforme se fala na linguagem popular da região. Portanto hoje os municípios de Serra Branca, Sumé, Monteiro, São João do Cariri e Coxixola concentram as maiores áreas ocupadas com algaroba do estado da Paraíba e do Nordeste brasileiro. Em recente visita a sua residência tive o prazer de conversar alguns minutos com ele que foi logo perguntando sobre a origem da algaroba. A sua dedicação ao estudo da algaroba é visível por toda região do Cariri Paraibano, haja visto, que ao chegarmos nas proximidades do município de São João do Cariri a paisagem já muda e verde toma conta das margens da BR 412, entre São João do Cariri e o município de Serra Branca , sua cidade natal localizada bem no coração do semi-árido e conhecida em toda região pela sua deliciosa comida tipicamente nordestina preparada a base de carne de caprino. O cariri Paraibano possui um dos maiores rebanho de caprinos do Nordeste e a alimentação básica destes animais é retirada dos deliciosos e nutritivos frutos da algarobeira.

De acordo com Gomes (1999), de um total de 293 projetos de reflorestamento (regidos pela lei 1.134/70 - incentivos fiscais ) iniciados no ano de 1979 no estado da Paraíba, e mais especificamente no semi-árido, apenas 83 tiveram suas ações continuadas, enquanto que os 210 restantes (72% aproximadamente), foram completamente abadonados e sem condições de recuperação."

AS VAGENS
"O uso das vagens da algaroba na alimentação humana data desde do descobrimento quando os espanhóis chegaram a América do sul, e encontraram os índios utilizando os frutos da algarobeira na alimentação, principalmente nas regiões semi-desérticas que se estendem do sul do equador ao centro do Chile e da Argentina (FIGUEIREDO, 2003).
A parede dos frutos da algarobeira contém sacarose e outras substanciam que se transformadas em farinha pode ser utilizada na fabricação de bolos, Paes, biscoitos, geléias, mel, pudins, sopas etc, com alto teor nutritivo. Segundo estudos realizados verificou-se que 100g de vagens, proporcionavam 333 calorias, 13g de água, 16g de proteínas,3,2g de gorduras, 65,8g de hidratos de carbono, 108g de fibra bruta, 3,3g de cinzas, 450mg de cálcio, 627mg de fósforo e 6,6mg de ferro, alem de 0,33mg de vitaminas B1 e 2,6mg de vitamina B6."

MEIO AMBIENTE
"No reflorestamento a algarobeira é uma excelente essência florestal para o semi-árido do nordeste. Importante para evitar a erosão e a desertificação, se cultivada de forma planejada e orientada, resiste a seca, é de fácil fixação, cresce rápido, produz madeira de qualidade, lenha, carvão vegetal, mourões, ripas, caibros, dormentes, etc. no entanto o mais importante é a função de fertilizar o solo através do nitrogênio do ar fixados pelas bactérias do gênero Rhizobium (BARROS, 1982).
As cidades do semi-árido são geralmente muito quentes e devem ser arborizadas com algarobeira pois conserva as folhas durante todo o ano tornando-as mais frias e agradáveis. Na apicultura as flores da algarobeira são muito melíferas. A produção de mel pode chegar até 400kg / hectare ano (CAMPELO, 1987)."

IMPORTÂNCIA
"A algaroba não é uma planta nativa do Brasil. No entanto, devido a sua excelente adaptação às regiões áridas e semi-áridas, é encontrada em todos os estados do nordeste brasileiro.
Face às dificuldades encontradas, nos períodos de estiagem dessas regiões, podemos afirmar que seria impossível, para o homem do campo, sobreviver sem a algaroba. Suas vargens são palatáveis, aromáticas lembrando baunilha, e doces em função do elevado teor de sacarose, que pode chegar a 30%.
Esse altíssimo teor de açúcares fermentescíveis, associado aos altos níveis de nitrogênio favorece os processos de biotransformação no caldo doce extraído de suas vagens, viabilizando os processos tecnológicos de produção de bebidas fermento destiladas.
Sua proteína é de qualidade e digestibilidade razoáveis equiparando-se às da cevada e do milho.
Dessa forma, torna-se necessário o aprofundamento dos estudos sobre a exploração, aproveitamento e transformação das suas potencialidades, as quais servirão de base para o desenvolvimento e implantação, nas regiões castigadas pela seca, de sistemas de produção visando a fixação do homem no seu habitat.
Dentro deste contexto e considerando as múltiplas aplicações e usos das suas vagens como alimento desde da pré-história por populações em regiões semi-áridas e áridas do planeta.
A ociosidade generalizada dos jovens, o envolvimento com drogas, a miséria no campo, falta de perspectivas dos produtores, a carência de alimentos e o estado de desertificação que ora avança sobre o semi-árido desprotegido, por si só, já justificaria um estudo minucioso e profundo para aproveitamento racional desse recurso natural disponível com seus frutos aromáticos e doces caindo naturalmente em abundância, no meio caatinga seca.
Espera-se o aprofundamento dos estudos, no sentido de aperfeiçoarmos o processo de aproveitamento das suas vagens na produção em escala industrial de aguardente e outros produtos alimentícios, que a partir do resíduo obtido após a extração do caldo utilizado no processo de obtenção da aguardente, que venha a justificar o seu cultivo de forma planejada, agregando valor econômico a cultura, gerando emprego e renda e criando oportunidades de novos empreendimentos para estas regiões."

AGUARDENTE DE ALGAROBA
"A primeira aguardente de algaroba bidestilada e envelhecida em barris de carvalho do mundo, produzida a partir da propagação natural de leveduras propagadas no caldo extraído das vagens da algarobeira, através de processos controlados de biotransformações. Diferencia das outras aguardentes, por apresentar características organolépticas especiais, tais como: aroma agradável de conhaque, uma coloração dourada e transparente e um sabor levemente suave, deixando um hálito perfumado na boca após sua ingestão.
Devido aos excelentes resultado apresentados pela bebida a nível de laboratório, o produto já foi patenteado e o projeto para produzir em escala industrial já está em andamento."

NA INDÚSTRIA
"Na industria pode ser aproveitada na produção de álcool, bebidas (aguardente, licor, vinho, café, mel, vinagre.). A exemplo de alguns países andinos onde fabricam-se bebidas tais como: aloja, chicha, etole, algarobina (fortificante) estomacal e afrodisíaca (CAMPELO, 1987). Da semente de algaroba também é extraída uma importante e valiosa matéria prima agroindustrial (goma LBG e Guar) um hidrocolóide usados amplamente na formulação de sorvetes, queijos, molhos, iogurtes, etc. (FIGUEIREDO, 2003)."

"PRODUTOS DESENVOLVIDOS POR CLÓVIS GOUVEIA DA SILVA - UFPB/UFCG

Aguardente Farelo Vinagre Semente Farinha Bolo Mel Licor

Os resíduos sólidos resultantes da extração do caldo para fabricação da aguardente estão sendo transformados em farelos, farinhas, gomas e sementes e utilizados para o processo de pães, bolos, biscoitos e rações balanceadas para animais com ótimos resultados."

Vejam os sites:

http://www.ct.ufpb.br/laboratorios/lpfd/algaroba.htm

http://sandrodosertao.blogspot.com/2010/04/algaroba.html?showComment=1311170974047#c2903077528751974024


EIS AÍ ÁRVORES BELÍSSIMAS. ELAS NÃO SÃO DA CIDADE DE PESQUEIRA. ELAS SÃO DA PARAÍBA.


Vamos preservar o meio ambiente. Respeitando a natureza, e não praticando esse tipo de abuso para com as árvores como é praticado na cidade de Pesqueira.
É assim que as ALGAROBAS são podadas na cidade de Pesqueira/PE, sem nenhuma necessidade. Elas estão em frente ao Hospital Dr. Lídio Paraíba. Árvores que deveriam dar sombras, são tratadas desse jeito. E assim, quem passear pela cidade, verá esse massacre para com as mesmas.
Neste blog tem mais fotos sobre as árvores da cidade de Pesqueira. Foi logo no início, quando eu começei a fazê-lo, que eu o inaugurei, com as fotos das árvores pedindo socorro! Você clica em 2009, e verá o descaso para com a natureza.

2 comentários:

  1. Parabéns Teresa, é muito importante difundir essa verdadeira mina de ouro que está disponível por toda região Nordeste. Também lamento o desconhecimento generalizado das pessoas sobre o tema.

    Att.
    Clóvis

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  2. Obrigada, Sr. Clóvis. Vamos continuar insistindo, quem sabe um dia a Algaroba não seja vista como a Mãe da Natureza por todos.

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